quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Resguardando a própria imagem?




Na edição nº 954, referente à semana do dia 20 a 26 de outubro de 2012, o jornal Novo Horizonte traz como uma das chamadas de capa a matéria “Pastor evangélico abusa de crianças”, sendo este também o título da notícia contida no corpo do jornal, editoria Cidade, página 7.
A matéria narra o caso de um pastor da cidade que, ao que tudo indica, abusou de duas crianças. Mas, pelo que aponta a lei, por ele não ter sido pego em flagrante, não ficou detido.
O que é intrigante neste caso é o fato do jornal fazer questão de colocar como chamada de capa este acontecimento, pois vale lembrar que nada do que está, principalmente na capa, de um jornal é por simples motivo... Não que este tipo de notícia não seja importante. Mas percebe-se que o jornal realiza uma prática tendenciosa, pois assim como aconteceu de um pastor abusar de crianças, também já houve vários casos de padres abusarem de crianças, que por sinal parece já terem surgido bem mais casos deste último.
Por outro lado, é importante questionar: quantas vezes o jornal NH já divulgou casos de padres que abusaram de crianças, seja em Parintins, no Baixo Amazonas ou em qualquer outro lugar? Isso também é caso de notícia, não?. Seria este o recurso do NH para tirar o foco de sua imagem? Assim fica a dúvida para se refletir sobre como está sendo realizado o jornalismo deste veículo que prega o lema “A verdade vos libertará”.

Hanne Assimen


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A nova (velha) era


Na edição nº 121 do dia 14 de outubro de 2012, o jornal Repórter Parintins traz como chamada de capa “Vitória de Alexandre inaugura uma nova era”. Trata-se do assunto mais comentado nos últimos tempos na Ilha, a eleição para prefeito de Parintins. E quem ganha, o Carbrás, já tem seu histórico um pouco esquecido por seus conterrâneos.
Trata-se de uma notícia que aparece na editoria Geral do jornal trazendo a notícia intitulada “Era Carbrás volta em janeiro”, tomando o espaço de duas páginas para explicar sobre a vitória da considerada oposição da atual administração da cidade. Ainda se utilizando deste espaço, o jornal mostra também imagens do principal candidato opositor de Carbrás.
Neste caso, é importante frisar que quem escreve esta notícia é um assessor de comunicação de um dos parlamentares ligados a atual administração, oposição Carbrás. Mas, durante toda a narrativa, o que se percebe é mera mediação que se está realizando para mais um período político que surge na cidade, só que agora totalmente diferente do que se estava acostumado há oito anos.
O texto apresenta um vai e vem no sentido de que o autor tenta defender a administração atual, mas ao mesmo tempo também parece tentar delinear um quadro do prefeiturável que está por vir, de modo também positivo.
Fato este que demonstra estar por vir mais um atrelamento com a futura “atual” gestão pública, o que desde já vai comprometendo o fazer jornalístico na cidade, pois o princípio do compromisso com a sociedade, e não com política partidária, já começa a ser deixado de lado. Mas, e agora, será mais uma vez um jornalismo atrelado e corrompido pelos poderes políticos da cidade?
 

Hanne Assimen

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Parintins, a ilha encantada?



A edição especial do dia 15 de outubro[1] do Jornal da Ilha trouxe logo na capa como destaque uma chamada: “PARINTINS, 160 anos”! Logo abaixo há o seguinte conteúdo: O segredo da magia de Parintins é a simplicidade, o aconchego e a ternura de suas ruas arborizadas, as casas coloridas, típicas das cidades ribeirinhas do Amazonas, agitadas pelo burburinho de um povo alegre e festeiro (Paulo José Cunha). A foto da capa é uma imagem com várias pessoas na Praça do Cristo Redentor e a legenda diz: A Praça Digital Cristo Redentor será palco das comemorações pelos 160 anos de Parintins. Nesta edição especial, a história da ILHA ENCANTADA.
Em primeiro lugar é válido ressaltar que Parintins não tem ruas arborizadas, o que já desconfigura a descrição feita por Paulo Cunha em alguma época. Outro ponto pertinente de ser dito é a utilização de “Ilha encantada” e “O segredo da magia de Parintins” para descrever o município. Ao longo de algumas análises feitas pela equipe LACRIMA já foram constatadas estas utilizações, mas uma pergunta pertinente aqui é: O que faz com que Parintins seja uma Ilha encantada ou até mesmo possuir uma magia? Será que é a falta de lixeiras nas ruas? Será o problema do ‘aterro sanitário’ que nunca é resolvido? A falta de sinais de trânsito? Ou é a não existência da internet BANDA LARGA na Praça que é DIGITAL? Não se pode responder o porquê deste tratamento tão exótico para uma cidade que possui problemas tão simples e ao mesmo tempo tão graves. 
É importante também dizer que nas páginas oito e nove do jornal ainda temos duas ‘matérias’ que foram intituladas respectivamente: “Parintins, a Ilha Digital” e “A ilha do Turismo”. Na primeira página é falado sobre duas praças com internet banda larga, sem fio, WiMAX, de alta velocidade que foi patrocinado pela Intel e abraçado pelo prefeito. Certo. Essas praças ficam em Parintins? Segundo o jornal, sim. Contudo, seria pertinente colocar aqui que às vezes a internet das praças funcionam, só que de forma lenta e oscilante.  
Na página seguinte é falado sobre o turismo na Ilha e de como Parintins se prepara para receber os turistas. “Para receber os turistas cada vez mais numerosos, são promovidos cursos de qualificação dos produtos e serviços, melhorias urbanísticas, iluminação, sinalização turística, paisagismo e revitalização do centro histórico”. Basta andar por Parintins para ver que isso não acontece. Não temos uma boa iluminação, sinalização turística é quase inexistente, sinais de semáforo vivem queimados e os prédios que fazem parte do centro histórico estão abandonados.
Acreditamos que cabe ao jornalista ter um pouco de bom senso e respeito com os leitores deste jornal. Pois as matérias estão tendenciosas e não condizem na maioria das vezes com a realidade. Não estamos negando aqui as mudanças que Parintins teve ao longo de todos esses anos, mas é preciso refletir que a cidade não é encantada, mágica ou qualquer coisa parecida, muito menos digital ou turística. A não ser que o jornal esteja falando de outra Parintins que de fato pode ser uma Ilha Encantada pelo simples fato de não existir.
 
Yasmin Gatto Cardoso




[1] Dia do aniversário da cidade.