A doença que a sociedade pune
Parintins tem aumento de cerca de 30% dos casos de Aids a cada ano. Despreparo na hora do atendimento, preconceito e falta de campanhas mais incisivas podem ser as respostas
Parintins tem aumento de cerca de 30% dos casos de Aids a cada ano. Despreparo na hora do atendimento, preconceito e falta de campanhas mais incisivas podem ser as respostas
Yasmin Gatto Cardoso
Drama, despreparo,
frieza e constrangimento são as palavras mais utilizadas pelas
pessoas que fizeram o teste rápido para o HIV no Centro de Testagem
e Aconselhamento (CTA) e aceitaram relatar para o Lacrima.
Ciente de que ia
fazer o teste, K.S sai de casa tranquila, quando chega ao CTA e
percebe como está sendo tratada e olhada, a tranquilidade deixa de
existir. O nervosismo e o frio na barriga tomam conta de K.S
principalmente quando a psicóloga a chama para receber o resultado.
“As pessoas
responsáveis por fazer o teste no laboratório nos olham como se
estivéssemos feito algo de errado. Não é como se a gente fosse
fazer um exame de sangue onde as pessoas falam com a gente, dizem que
vai doer, como vai ser, lá no laboratório elas sequer olharam para
mim”.
“A minha maior
preocupação é em relação aos resultados que dão positivo porque
comigo que deu negativo ela já foi dramática, imagine com quem é
soropositivo, as pessoas devem sair dali desesperadas, imaginando que
vão morrer”.
“Eu nunca tinha
feito o teste antes, mas a experiência foi tão ruim que não quero
passar por isso novamente, pelo menos não aqui” (Mulher,
21 anos, casada).
Marido de K.S, E.S
também foi ao Centro determinado a fazer o teste, pois já fazia
parte de sua rotina. Mas, chegando lá o despreparo na hora do
atendimento o assustou.
“Quando cheguei
ao laboratório, eu achei as pessoas muito frias, nem olharam direito
pra gente. A pessoa responsável por fazer o teste comigo perguntou
por que eu fui fazer e respondi que era exame de rotina, mas ela não
fez o questionário para saber se eu estava dentro do grupo de risco,
como é de costume em outras cidades” (Homem,
21 anos, casado).
Outra pessoa que foi
fazer o teste nos relatou sua experiência. O nosso entrevistado
também nos disse que em nenhum momento houve a identificação da
profissional, no final do teste foi ele quem perguntou qual a
profissão dela.
“A enfermeira
começou a fazer o questionário e foi nesse momento em que eu senti
o despreparo dessa profissional, ela começou a fazer perguntas sobre
a minha vida pessoal, se eu bebo, se eu uso drogas, o tempo todo com
um risinho escondido em relação a algumas coisas que eu respondia,
principalmente em relação ao número de parceiras, ela é
enfermeira e lida com esse tipo de coisa, não pode agir assim”.
“Durante o
questionário eu perguntei se eu podia falar abertamente e ela disse
que sim, que era sigiloso. Depois de ela falar sigiloso, começamos a
conversar mais, depois disso, ela expressa informações de outras
pessoas, não dando nome, mas contando os casos que existem aqui,
dando detalhes de outras entrevistas pra mim. Se o questionário é
seguro ela não podia fazer isso”.
“Achei
constrangedor os comentários sobre outras entrevistas, eu achei ruim
os risos, a chacota. É o despreparo de uma profissional que trabalha
fazendo testes e aconselhamento” (Homem,
37 anos, solteiro).
Esse é um recorte
do retrato dos profissionais que trabalham no CTA, o único Centro
que faz testagem em Parintins, um município que detém de estrutura
para cuidar de casos de AIDS, mas o número só aumenta a cada ano.
Talvez aqui, nesses relatos, esteja o porquê desse crescimento.
HIV/AIDS*
Ainda hoje existem
pessoas que desconhecem a diferença entre o HIV e a AIDS, entendendo
esses conceitos como se fosse uma coisa só. É preciso que se
conheça essa diferença, pois o vírus da imunodeficiência humana -
HIV - é um retrovírus que causa a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida – AIDS, que é o estágio mais avançado da doença que
ataca o sistema imunológico.
Há várias fases da
doença, a primeira fase é chamada de infecção aguda, quando
ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o
surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de 3
a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção
para produzir anticorpos anti-HIV.
A próxima fase é
marcada pela forte interação entre as células de defesa e as
constantes e rápidas mutações do vírus, mas que não enfraquece o
organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus
amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período pode durar
muitos anos, e é chamado de fase assintomática.
Com o frequente
ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos
eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais
fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial
é caracterizada pela alta redução dos glóbulos brancos do sistema
imunológico – linfócitos T CD4 - que chegam a ficar abaixo de 200
unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia
entre 800 a 1.200 unidades.
Histórico*
No Brasil foi
descoberta na cidade de São Paulo o primeiro caso no ano de 1982.
Segundo dados do Ministério da Saúde, desde o início da epidemia
até junho de 2011 foram notificados 608.230 casos registrados de
AIDS em todo país.
O Amazonas é o
terceiro no ranking
de
estados com maior incidência da síndrome, sendo 30,9 casos a cada
100 mil habitantes. Os estados do Rio Grande do Sul e Roraima são os
primeiros colocados, respectivamente (acompanhe a tabela I no fim da
reportagem).
No município de
Parintins, localizado há 325 km da capital do Estado, o primeiro
caso foi diagnosticado no ano de 1992. Desde esse ano os casos da
doença vêm aumentando consideravelmente, havendo uma pequena
diminuição no ano de 2012. A Policlínica Municipal Padre Vittorio
Giurin foi a pioneira nos tratamentos da doença no município, e no
ano de 2007 surgiu o Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA -
que passou a fazer os testes rápidos de HIV e encaminhar os
pacientes soropositivos para a policlínica.
Os dados mais
recentes da casa Padre Vittorio datam do dia 14 de setembro de 2012,
a planilha fornecida indica que desde o ano 2000 até 2012 o total de
casos é de 271, sendo 195 pacientes vivos, 76 óbitos e 103 em
tratamento.
Segundo a técnica
do centro de citologia, Yomara Pessoa Garcia, Parintins é um
município polo de tratamento. Alguns municípios do interior do
estado também fazem tratamento na cidade. São eles: Nhamundá,
Barreirinha, Juruti e alguns casos raros de Santarém. Isso acontece
devido a cidade ter mais estrutura para lidar com os pacientes
portadores do vírus, sendo que já faz esse acompanhamento há mais
de duas décadas.
Tratamento
em Parintins/Manaus
O município de
Parintins hoje tem apenas um lugar para fazer o teste rápido de HIV,
que é no CTA. A enfermeira Mireille Maia falou que “atualmente é
assim, mas o ministério da saúde tem um programa chamado Rede
Cegonha
que vai disponibilizar o teste em todos os postos de saúde do
município, mas ainda não foi implantado”.
De todas as doenças
existentes no município, há aquelas em que existe suspeita do
paciente ter o vírus da Aids. Conforme essa especulação o paciente
é encaminhado ao CTA para fazer o teste rápido, se der positivo
eles encaminham por escrito o paciente para a policlínica Padre
Vittorio, e o tratamento fica sendo feito somente lá. A equipe da
policlínica responsável pelos portadores do vírus conta com três
enfermeiros que são responsáveis por receber os pacientes
encaminhados.
O primeiro
procedimento feito é o de enfermagem, depois as consultas médicas e
dependendo da situação do paciente, ele também é encaminhado à
assistente social. Parintins só conta com uma psicóloga que orienta
os portadores do vírus, e ela fica trabalhando diretamente no CTA,
mas de acordo com uma das enfermeiras do Serviço de Assistência
Especializada – SAE, Ivanira Pimentel Lemos, “os pacientes já
tem o primeiro contato com a psicóloga no CTA e quando nós
precisamos da psicóloga na casa Padre Vittorio ela vem sem problema
nenhum e também faz visitas nas casas, junto com os enfermeiros”.
Desde 1992 a Padre
Vittorio conta com um banco de dados dos portadores do vírus, é
nele que consta o número de identificação de cada paciente, os
prontuários, exames feitos, xerox
de documentos, evolução da doença e pareceres clínicos.
Segundo Inanira
Lemos, os pacientes só são encaminhados para Manaus quando o quadro
da doença está muito grave e eles percebem que não podem mais
fazer o tratamento na cidade. “Para que o tratamento ocorra bem o
paciente precisa ter uma boa alimentação, mas alguns não têm
condições, param de tomar os remédios porque são fortes, e os
sintomas da Aids começam a aparecer. A gente resolve internar ou no
hospital Padre Colombo ou no Jofre Cohen e quando vemos que é
preciso um especialista, no caso um infectologista, fazemos o
encaminhamento para Manaus”, enfatiza a enfermeira.
Quando o médico
encaminha para Manaus, automaticamente o paciente está sendo
transferido para a Fundação de Medicina Tropical - FMT, onde fará
o tratamento com o infectologista. O encaminhamento é feito por meio
do documento assinado pelo médico e chama-se Tratamento Fora do
Domicílio – TFD, no qual constam todos os dados do paciente.
Segundo Ivanira Lemos, o paciente encaminhado recebe toda
assistência, há uma casa filantrópica que os pacientes podem
ficar, há uma equipe social que realiza todo o trabalho de
assistência a eles e aos familiares. A enfermeira também buscou
enfatizar que o tratamento que é feito no município é igual ao que
é feito na capital do estado.
Número
de casos registrados
“É difícil
avaliar desde quando houve um aumento significativo no número de
casos de Aids em Parintins, pois esses registros só começaram a ser
feitos em 92, mais ou menos junto com o surgimento do SUS. Desde esse
ano até hoje, já houve um crescimento da cidade e é preciso que se
leve isso em consideração”, afirma Ivanira Lemos.
Os casos de HIV/Aids
só começaram a ser divulgados pela mídia a partir do ano de 2004 e
foi aí que os registros tiveram uma significância maior. A
enfermeira ressaltou: “Não posso dizer que não tinha muitos
casos, Parintins sempre teve muito. Os casos são proporcionais à
população, naquele tempo tinha de acordo com aquela população,
hoje com mais de 100 mil habitantes, tem muito caso. O registro é
muito alto atualmente, se formos considerar por serviço, são mais
de 300 casos desde 1992”.
A incidência dos
casos na cidade é muito alta, segundo a enfermeira os órgãos
responsáveis e a própria imprensa sabem que o índice é alto e que
teoricamente forma uma epidemia silenciosa. “Todos sabem que ela
existe, mas ela continua avançando devagar. Essa doença não é
como a dengue, por exemplo, que quando explode vai contaminando todo
mundo, os hospitais ficam lotados, há uma mobilização de limpeza
nos quintais. A Aids não, ela é silenciosa até certo ponto e a
pessoa só sabe que tem quando faz o teste”, explica a enfermeira.
Em 2009 foi feito um
levantamento acerca dos números registrados no município desde o
ano de 2000 e foi constatado que a cada ano cresce em cerca de 30% o
número da doença. É como se somasse o número de casos de um ano
mais 30% do outro ano e assim por diante (2012 [número de casos] +
30% = número de casos em 2013).
De cerca de 300
casos notificados no município, somente 103 pessoas fazem o
tratamento com o uso de medicação, que é conhecido popularmente
como coquetel, no caso, o antirretroviral e 40 pacientes fazem o
tratamento sem precisar do uso do medicamento, utilizando somente os
serviços clínicos e psicológicos. Ainda assim, 157 pacientes
desistiram, desaparecendo sem dar explicações.
De acordo com dados
da policlínica o maior número de casos da doença é em
heterossexuais e o principal motivo é o sexo sem camisinha. Em todos
os anos eles são o primeiro grupo com maior incidência da doença e
em seguida são os homossexuais. “Ainda existe muito o preconceito
com os homossexuais, as pessoas acham que só pega Aids quem é gay
e isso não existe. Se a pessoa está em alguma situação de risco,
ela pode contrair a doença”, afirmou a enfermeira Ivanira Lemos.
As situações de
risco são o sexo sem camisinha (oral, vaginal ou anal);
compartilhamento da mesma seringa ou agulha e a mãe infectada pode
passar o HIV para o filho durante a gravidez, o parto e a
amamentação.
Campanhas
Cartaz publicitário do Ministério da Saúde |
Nacionalmente
existem duas grandes campanhas, que são a campanha do carnaval e a
campanha do dia 1º de dezembro (Dia Mundial de Combate à Aids). O
município de Parintins conta com uma campanha a mais, no período do
Festival Folclórico.
Segundo a enfermeira
Ivanira Lemos, as campanhas no município são muito focadas nesses
períodos, mas a assistência básica complementa esse trabalho,
fortalecendo a prevenção.
“Existem as
campanhas onde o CTA se torna itinerante, ele sai daqui e vai para as
unidades de saúde, vai para as escolas, para os interiores, para
onde for solicitado. A campanha é feita por meio de palestras,
distribuição de camisinhas e oferecimento do teste rápido”,
afirma a enfermeira Mireille Maia. O que se pode perceber é que as
campanhas realizadas no município são insuficientes, pois mesmo a
cidade tendo três campanhas o número de incidência ainda continua
alto.
A psicóloga do CTA,
Maria Aparecida Vicente da Silva, diz: “Acredito que agora deu uma
equilibrada no número de casos, porque antes eu era muito
solicitada. Por exemplo, no ano de 2012 foi bastante falado na mídia,
então veio muitas pessoas procurando o Centro para fazer o teste e
poucos foram os resultados positivos, mas o ano de 2010 foi bem
intenso em relação aos reagentes positivos para o HIV”.
A médica acredita
que com a divulgação das campanhas as pessoas tomaram mais
consciência em procurar fazer os testes e se preservar, diminuindo
os números de casos dentro de Parintins.
A distribuição de
camisinhas em Parintins é feita nos postos de saúde e de forma
itinerante na época das campanhas. Há quem diga que o fato de pedir
camisinhas em postos de saúde é constrangedor, pelo fato que as
pessoas olham com certo preconceito para quem faz isso.
“Eu cheguei lá
no posto de saúde, disse que queria camisinha e me encaminharam para
a farmácia, o moço perguntou quantas eu queria e vim embora. Não
tive nenhum constrangimento em relação a isso”
(Homem,
20 anos, solteiro).
“Fui lá no
posto de saúde, disse que queria camisinha a mulher me olhou da
cabeça aos pés e perguntou minha idade, se eu era solteira ou se
tinha um companheiro e de forma muito automática me cedeu as
camisinhas” (Mulher,
22 anos, casada).
Pelos relatos
acompanhados houve diferença no tratamento do homem e da mulher. No
município ainda existe grande preconceito em torno dessa questão de
gênero, só o homem pode fazer isso, a mulher não.
Enquete: “O
POVO FALA”
Antes dessa
reportagem não sabíamos nada sobre campanhas de combate à Aids no
município. Intrigados com as informações recebidas, de que elas
são efetivas, a equipe Lacrima saiu às ruas de Parintins para
perguntar a população sobre o conhecimento das campanhas contra a
Aids.
Fizemos uma enquete
perguntando sexo e idade; se as pessoas conheciam as campanhas e se
elas já tinham ido a um posto de saúde para pedir camisinhas. Dos
60 entrevistados, 36 foram homens e 24 mulheres entre dezenove e
quarenta e cinco anos. Sobre camisinhas somente 11 pessoas admitiram
ter ido a um posto de saúde. Acerca das campanhas, 28 pessoas
admitiram que as conhecem, mas nunca participaram de nenhuma e 32
pessoas desconhecem totalmente a existência de campanhas dentro do
município.
Não possuímos
métodos quantitativos exatos, mas o “povo fala” foi uma maneira
que a equipe de reportagem encontrou para contrapor certas
informações que nos foram passadas pelos órgãos oficiais. E que
fique claro que esses números são uma estimativa feita de forma
aleatória que mostra um resultado parcial sem preocupação com
análises estatísticas.
Contudo, essa
sondagem permite aferir que as campanhas não são tão incisivas,
pois a maior parte dos entrevistados não participa das ações
feitas pelos órgãos de saúde ou mesmo desconhecem.
Preconceito
Campanha denuncia intolerância |
Magro, quase sem
cabelos, com alergias em todo o corpo, dificuldade na fala e mãos
tremendo por conta do uso do medicamento, S.G. de 33 anos aceitou dar
um depoimento com a condição de que não tivesse o nome divulgado.
O motivo? Medo do preconceito.
Há seis meses, S.G.
descobriu que estava infectado com o vírus da Aids já em estado
avançado. Segundo ele, só soube que estava com a doença porque
sofreu um acidente de moto e teve que fazer uma série de exames,
inclusive o teste rápido de HIV. “Sabia da existência da doença,
mas nunca achei que fosse acontecer comigo, por isso nunca me
preocupei em fazer o teste”, disse.
Homossexual
assumido, ele nunca teve medo de mostrar sua orientação sexual para
a família e amigos. Quando soube que estava com Aids sua primeira
reação foi o desespero. Depois, mais calmo, teve que contar para a
família sobre a doença: “Quando soube que estava com Aids, pensei
que fosse morrer, mas depois minha mãe disse que só dependia de mim
fazer o tratamento certo, para viver por muito tempo ainda”,
explicou.
Segundo a enfermeira
Ivanira Lemos, o preconceito existe com a Aids, seja o portador homo
ou heterossexual. “O preconceito é igual quando se tem o vírus,
mas as pessoas tem preconceito com vírus ou sem ele para com os
homossexuais. Parece que está escrito na testa deles: TENHO AIDS, o
que aqui em Parintins é bem o contrário”.
Por ter descoberto a
doença em um estágio grave, S.G. teve que ser encaminhado para
Manaus. Chegando lá, foi fazer outra série de exames na Fundação
Tropical, onde recebeu apoio da equipe clínica. Ele disse que em
Manaus não sentiu nenhum preconceito por parte das pessoas que
cuidavam dele, o que fez com ele ficasse mais calmo.
Mas, ao contrário
do que nos foi relatado aqui, a única ajuda dada a ele pelo
município de Parintins foram as passagens. Em Manaus tudo foi por
conta própria, comida e transporte o que dificultou o tratamento,
pois segundo ele, a família não tinha condições para isso.
Atualmente, já está
sendo tratado no município e quase todos os dias recebe visitas de
médicos, enfermeiros e agentes de saúde. Tem tomado o coquetel
várias vezes por dia e acredita que a família é o melhor suporte
nessa hora. Um momento em que foi difícil para ele, foi quando todos
os pacientes do quarto em que estava no Tropical foram morrendo aos
poucos. “Foi desesperador, eu sei que eu vou morrer com essa
doença, mas ainda acredito que tenho muito tempo pela frente, vou me
recuperar com os remédios e ainda quero voltar a trabalhar na
confecção das roupas do meu boi”, desabafa.
Fontes
consultadas:
*
(Alguns dados foram retirados da página do MS), acompanhe:
Tabela
I
Estados
com maior incidência de AIDS
|
|
Unidade
da Federação
|
Número
de casos a cada 100 mil habitantes
|
Rio
Grande do Sul
|
37,6
|
Roraima
|
35,7
|
Amazonas
|
30,9
|
Santa
Catarina
|
30,2
|
Rio
de Janeiro
|
28,2
|
Espírito
Santo
|
20,4
|
Pará
|
19,5
|
Paraná
|
19,0
|
Mato
Grosso do Sul
|
17,9
|
Mato
Grosso
|
17,4
|
Amapá
|
17,2
|
Pernambuco
|
17,0
|
Rondônia
|
16,6
|
São
Paulo
|
15,9
|
Distrito
Federal
|
15,8
|
Maranhão
|
14,1
|
Goiás
|
14,0
|
Bahia
|
12,0
|
Minas
Gerais
|
12,0
|
Sergipe
|
11,9
|
Ceará
|
11,1
|
Piauí
|
11,0
|
Rio
Grande do Norte
|
10,6
|
Alagoas
|
10,6
|
Paraíba
|
10,5
|
Tocantins
|
9,5
|
Acre
|
7,2
|
*Fonte:
Ministério da Saúde. Última atualização: 28/11/11
É sempre muito bom sair do senso comum na hora de falar da AIDS e, desde já, parebenizo-te, Yasmin. É realmente muito preocupante a progressão do vírus na ilha, e ainda mais vidente é que o povo de modo geral ainda é muito mal informado e consequentemente preconceituoso, mesmo se tratando daqueles que se mostram responsáveis pelo material a ser analisado. Fica claro que no campo da saúde muita coisa pode ser feita pra ajudar nossa cidade. Aí fico pensando mais uma vez no quanto a informação (palestras, conscientização) são importantes para o comportamento e convicções das pessoas e como isso faz TODA a diferença na vida das pessoas, assim como fez na minha.
ResponderExcluirBrilhante texto.
Indira.
Caraaa muiitoo boom.Só o que vemos nos jornais são notas dessas "campanhazinhas" que fazem o msm discurso porém não surte efeito nenhum como mostram as estatísticas.
ResponderExcluirE quanto as pessoas que trabalham não são dignas de serem chamadas de profissionais pq esse comportamento é vergonhoso. Gostei da reportagem e de como foi estruturada. Rica em informações pertinentes não teve nada de encher linguiça para aumentar as caracteres.
Texto muito bem escrito. Informações de extrema importância para o povo parintinense. Acho que esse assunto deveria ser mais valorizado por todos os meios de comunicação dessa cidade! Parabéns, Yasmin. Arrasou rs
ResponderExcluirMuito se fala sobre a AIDS aqui em Parintins, mas pouco se sabe realmente sobre ela. A reportagem está ótima! Parabenizo a todos da equipe pela iniciativa... acredito que mais trabalhos de reportagens devam ser feitos pela equipe, pois essa nos dá uma ideia de como a equipe aborda o fatos com responsabilidade!!!
ResponderExcluirParabéns em especial a jornalista responsável pelo texto! BELÍSSIMO!
Dênis Silva
“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data” (Luis Fernando Veríssimo)
ResponderExcluirPrezados Visitantes, Salve Maria!
É risível, isso mesmo RISÍVEL, como a sociologia do velho Marx não contribui em nada para uma compreensão mais NÍTIDA das realidades sociais. É uma ideologia que encobre e retarda o conhecimento da realidade, não nos deixando vê-la como ela é. A “jornalista” Yasmin foi brilhante em DESCREVER a realidade do HIV/AIDS, mas foi um fracasso em COMPREENDER o cerne da questão. Aliás, o trabalho da supracitada é um jornalismo mascarado, frio, sem opinião, sem discussões resolutivas. Talvez a “jornalista” queira ser “politicamente correta”, típico dos que estão contaminados pelo Marxismo Cultural, muito impregnado hoje nos meios acadêmicos. Ela tem boas leituras, mas péssimas aplicações.
A míope jornalista não emite sua opinião, “fala muito” e “nada fala”. Abstém-se de falar que o problema das DST/AIDS não é uma questão somente de saúde pública, mas também de questões de caráter ético, pois o melhor jeito de combater as DST/AIDS passa pela adoção de comportamentos mais condizentes com a dignidade humana, ainda que as pessoas mudem seu jeito de agir por pragmatismo, e não por uma maior consciência ética.
Quando falo a ela que, seus ensaios são de cunho Marxista, ela diz que não “discute opções políticas” comigo. Que grotesco, a “jornalista” entende Marxismo somente como opção política; ela entende a “árvore” a partir de “seus frutos”, enquanto que o razoável seria entender a partir das “sementes”. Marxismo, prezada Yasmin, não se limita a política, mas trata-se de uma maneira de entender a História de forma materialista e dialética e que interpreta a vida social a partir dos modos de produção da sociedade. Eu considero essa visão marxista equivocada, uma vez que o velho barbudo Marx reduz todos os valores históricos à Economia, afirmando que a sucessão de eras na humanidade se deu somente pelo fato de o Meio de Produção mudar.
(Josuedson) continua........
O olhar de Marx, redutível à economia, ignora outros princípios que, assim como ela, também fundamenta a sociedade, e são igualmente úteis para descrevê-la, eu poderia citar a Religião, a qual Marx ignora.
ResponderExcluirQuero ressaltar, Yasmin, que no debate anterior (Ensaio “o Papa é Pop? Parte II”), seus comentários em nada contribuíram com a discussão nem tampouco anularam meus argumentos. Você apenas evidenciou seu total desconhecimento do que eu estava abordando. Falava ali, do Marxismo Cultural, que talvez você não conheça o conceito, mas, como você é “pesquisadora”, vou incita-la a pesquisar! Ali, naquela ocasião, você aproveitou o ensejo para disparar todo seu lixo emocional e ideológico sobre mim, pois “o teclado escreve o que está cheio o coração”; e como meu avô já dizia, “meu filho, se queres saber o que uma pessoa pensa sobre você, oponha-se as idéias dela”, que sabedoria. Aprendi com você Yasmin, como não debater, em como mostrar o espírito abatido, em como evidenciar o fracasso afetivo. “Né?!”
Enfim, voltando a Marx, ele está presente sim nos seus ensaios na versão mais patética do velho barbudo: a cultural, mesmo você não sabendo.
És vítima de uma ideologia perversa, fracassada, onde “as lutas de classe” sucumbiram ante às “lutas do espírito” (Talvez você nem entenda o que estou falando, mas pergunte para alguns “doutores” de sua universidade, eles sabem te explicar isso).
Desta forma, contaminada pelo “Marx Cultural” você se tornou coautora de uma ideologia que está comprometendo sua consciência social em proveito de uma classe que possui o poder vigente nas universidades. Que lástima, quer dizer, que “LÁCRIMA”! Esse tipo de marxismo contamina principalmente dois grandes “aparelhos” ideológicos da sociedade, que são: as universidades e a mídia. Você está presente nas duas, nobre Yasmin.
(Josuedson) ....continua...
Aconselho a você aprender a filosofar, isso vai te ajudar a raciocinar de forma livre e vai contribuir muito com teu trabalho e quem sabe, auxiliar você a se curar dessa miopia que o velho Marx te causa. Pois é evidente que seu “jornalismo” é produto patético dessa ideologia acadêmica, cheio de falácias e sofismas.
ResponderExcluirE não me venha dizer que você elabora seus ensaios com base nos teóricos da comunicação, pois não é isso que estou questionando. Questiono a gênese de sua compreensão sociológica, que determinam suas linhas pesquisa e, por conseguinte influenciam seus ensaios e reportagens.
Infelizmente, a blogosfera virou um espaço de míopes (Pierre, 2013)
Esse comentário poderia terminar aqui.....mas,,,,,,
Com a internet, é fácil descobrir como as pessoas pensam e entendem a realidade:
Verifiquei seu currículo Lattes e consta o seguinte:
Seção: Projetos de Pesquisa.
LACRIMA - Laboratório de Crítica de Mídia do Amazonas
Descrição: O Lacrima atua no sentido de compartilhar com a população do município de Parintins os fundamentos que permitem enxergar os meios de comunicação de uma forma mais ativa, proporcionando uma leitura negociada e crítica da mídia. Para isso, investigamos, com o apoio conceitual dasTeorias do Jornalismo, da SOCIOLOGIA MARXISTA e dos Estudos Culturais, os enfoques da mídia parintinense, analisando e avaliando o jornalismo praticado pelas empresas instaladas na ilha. O objetivo central da pesquisa/extensão é propiciar uma aguda reflexão sobre a comunicação na Amazônia, entendendo o jornalismo como forma social de conhecimento e prática social.
Disponível em:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4361866H1
Reparou Yasmin? Seu discurso é lacunar. Então, por raciocínio dedutivo, posso concluir o seguinte:
O LÁCRIMA É UM PROJETO DE PESQUISA DE BASE MARXISTA.
YASMIN É INTEGRENTE DO PROJETO,
LOGO, YASMIN É MARXISTA E ENTENDE A SOCIEDADE DE FORMA MÍOPE.
Diante disso, faço-lhe alguns questionamentos?
a) Você quer mesmo ser jornalista?
b) Você está sendo bem formada para isso?
c) Você é bem informada para isso?
Sugestões de Leituras:
Bastos, C.L e Keller, V. Aprendendo lógica. Petrópolis, Vozes, 1991
OLIVEIRA, A.S et al. Filosofia: Introdução ao pensamento filosófico. 2 ed. São Paulo, Loyola, 1983.
CUNHA, J.A. Filosofia: iniciação à investigação filosófica. São Paulo, Atual, 1990.
TELES, Maria Luiza Silveira. Filosofia para jovens: uma iniciação filosófica. 18 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
(Josuedson)
In Jesu et Maria, semper!
Caro Josuedson, felicito-me muito quando nossos ensaios sucitam debates, principalmente os polêmicos, contudo, creio que você comete erros de compreensão muito graves, principalmente no que tange sua formação filosófica. Como um dos "doutores" da Universidade, sinto-me na obrigação de alertá-lo que o que você chama de "marxismo", identificado com economicismo, é uma pálida versão dos escritos de Marx. Creio que você jamais se debruçou, de fato, sobre a obra desse pensador, pois bastaria um mergulho nesses textos e, principalmente, de seus comentadores mais vívidos, para você sair desse "senso comum" de que o "velho barbudo" entende a sociedade de forma "míope". Estudo o marxismo há pelo menos treze anos, e posso te dizer com clareza: seus argumentos de crítica a essa compreensão/transformação de mundo são totalmente improcedentes. Convido-o a sair dos textos didáticos e manuais, claramente redutores, de filosofia, e se debruçar sobre textos de maior folego, como, por exemplo, "A dialética do concreto" (Karel Kosik), que fornece suporte para um debate aberto sobre as contribuições do velho Marx exatamente no campo que você crítica ainda de forma imatura, a gnosiologia. Como o espaço desses comentários não permite um aprofundamento maior nesse conflito de ideias, convido-o a retornar à universidade, onde há alguns projetos que podem permitir a você um amplo espectro de noções, visto que seu argumento já padece de rancor "sentimental", em uma jornada de fé fadada ao fracasso. Contudo, caso queira manter sua "armadura" de classe e permanecer do lado dos "apologetas" do capital, saiba que, infelizmente, estaremos de lados opostos na luta de classes que você é incapaz de perceber.
ResponderExcluir"Doutor de merda"!!!!! se é tão bom, o que faz aqui no fim do mundo. Não me diga que isso é sua missão de fé, pois não combina com o marxismo que você acabou de arrotar e ta fedendo até agora.
ExcluirPARABÉNS JOSUEDSON.
https://sites.google.com/site/projetosintegradosrj/textos/marx-estava-certo
ResponderExcluirRISÍVEL?! Vc é tão idiota que o povo do blog não deve nem tá respondendo a vc... porque com idiota ninguém discute! Pra mim, o povo do LACRIMA tem prestígio, já vc... quem é vc mesmo?
ResponderExcluirComo disse o professor, volte à universidade, seu babaca!
Antônio Marques
Bom trabalho colega de projeto, parabéns pela reportagem sobre a AIDS
ResponderExcluirpelo seu grande esforço, pois sei que criar uma reportagem, não é pra qualquer um, e você mostrou acima de tudo quem tem criatividade, capacidade e profissionalismo
sem mais nada:Tiago Barbosa Batalha.
Ninguém está falando de marxismo!!! A reportagem é sobre a Aids no nosso município!! Boa reportagem, abrangeu um leque de informações muito grande, parabéns a repórter!! Continue fazendo seu trabalho, mais pessoas precisam ver reportagens como esta!!
ResponderExcluirÓtima reportagem :)
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