terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Afinal, o que é segurança?



Fonte: http://www.parintins24hs.com.br/

O portal de notícias Parintins 24 horas em sua coluna “Curtir” e “Não Curtir”, onde avalia a posição de alguma pessoa ou instituição local, publicou um “Não Curtir” sobre a falta de planejamento e segurança para Parintins, não curtindo o Secretário de Segurança do Estado, Sérgio Fontes.
Embora de fato haja problemas de estrutura e pessoal na cidade, queremos perguntar ao veículo e a população: O que é segurança pública?
Para guiar o pensamento, perguntamos também: um alto número de policiais por habitante é segurança?
Cremos que o problema seja maior. Na verdade, se tivermos um alto contingente de policiais é porque de fato, não temos segurança, porque se a temos, para que policiais?
É muito importante questionarmos também: porque mais polícia?
Em pesquisa do Datafolha encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e publicada em julho de 2015 a polícia aparece como a oitava instituição em termos de credibilidade. Em um cálculo que compreende índices acima de 100 como positivos e abaixo como negativos, a polícia aparece com 93 pontos.
Já na pesquisa da Anistia Internacional, ela afirma que o Brasil tem a polícia mais violenta e a que mais mata no mundo. Isso é segurança?
Essa mesma polícia traz consigo outros índices alarmantes. Homicídios de pessoas já rendidas, feridas ou alvejadas sem aviso prévio; em 2014 15,6% dos homicídios registrados no Brasil tinham como autor um policial; no caso do Rio de Janeiro 99,5% das pessoas assassinadas por policiais entre 2010 e 2013 eram homens. 80% negros e 75% tinham idades entre 15 e 29 anos.
Vale registrar que esse ensaio busca propor uma reflexão sobre segurança, tanto por parte da imprensa, quanto da população. Não estamos fazendo um juízo de valor moral a determinados policiais ou indivíduos, mas sim, sobre a polícia enquanto instituição, suas práticas, seus métodos e objetivos.
A esse momento do ensaio nosso maior questionamento ainda se mantém: o que é segurança?
Deixamos essa reflexão para que a imprensa e a população possam começar a discutir o tema de forma séria e ampla, levando em consideração condições reais de segurança para além do simples policiamento, mas contemplando aspectos sociais, culturais e econômicos também.

Helder Mourão – Jornalista

FONTES:


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Lacrima: o retorno!


O Laboratório de Crítica de Mídia do Amazonas (Lacrima) funcionava como um projeto de extensão vinculado ao curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam – Campus Parintins), coordenado pelo Prof. Dr. Rafael Bellan, de 2010 a 2013. Devido os alunos voluntários e bolsistas concluírem a graduação e os que ingressavam não apresentarem interesse em dar continuidade aos ensaios críticos sobre a mídia, o projeto ficou sem manutenção e consequentemente paralisado.
Porém, a vontade de retornar e manter vivo o projeto sempre esteve presente nos ex-alunos colaboradores e no coordenador. Com essa chama que ainda se mantem acesa entre os pares, o grupo resolve retornar as atividades com fôlego renovado. Desta vez o trabalho será realizado de forma independente da universidade e com a intenção de ter uma visão mais crítica e aprofundada quanto aos conteúdos difundidos pelas mídias do Amazonas.
Dessa forma, percebendo a influência da mídia na constituição da realidade social e das visões de mundo na sociedade contemporânea torna fundamental uma leitura crítica da atuação dos veículos midiáticos. Embora o leitor/telespectador/ouvinte não seja um sujeito passivo frente aos meios de comunicação, isso não significa que ele tenha, naturalmente, os filtros necessários a uma apropriação autônoma dos produtos midiáticos. Frente a essa problemática, é proposto um enfoque reflexivo sobre a atuação da mídia na abordagem de temas como política, cultura e comportamento.
Pensando a partir dessa ótica, o Lacrima atua no sentido de compartilhar com a população os fundamentos que permitem enxergar os meios de comunicação de uma forma mais ativa, proporcionando uma leitura negociada e crítica da mídia. O exercício da crítica será realizado pelos jornalistas que integram o grupo e avaliam a atuação da mídia utilizando como parâmetros o conteúdo apreendido em suas formações.
Além disso, consideramos que os próprios leitores são potenciais críticos, visto que se relacionam cotidianamente com o jornalismo produzido. O público-alvo dos textos disponibilizados online são os consumidores da mídia em geral, no qual pretendemos fomentar as ferramentas necessárias para haver a possibilidade de um diálogo constante entre o público e o grupo, a fim de trocar experiências quanto a ter uma visão crítica acerca da mídia.

 Com esses objetivos iniciais, retornamos as atividades do Laboratório de Crítica de Mídia do Amazonas (Lacrima) e desejamos aos nossos leitores e colaboradores uma boa leitura e boas críticas!
Hanne Assimen - Jornalista