Fonte:
http://www.parintins24hs.com.br/
O
portal de notícias Parintins 24 horas em sua coluna “Curtir” e “Não Curtir”,
onde avalia a posição de alguma pessoa ou instituição local, publicou um “Não
Curtir” sobre a falta de planejamento e segurança para Parintins, não curtindo
o Secretário de Segurança do Estado, Sérgio Fontes.
Embora
de fato haja problemas de estrutura e pessoal na cidade, queremos perguntar ao
veículo e a população: O que é segurança pública?
Para
guiar o pensamento, perguntamos também: um alto número de policiais por
habitante é segurança?
Cremos
que o problema seja maior. Na verdade, se tivermos um alto contingente de
policiais é porque de fato, não temos segurança, porque se a temos, para que policiais?
É
muito importante questionarmos também: porque mais polícia?
Em
pesquisa
do Datafolha encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e publicada
em julho de 2015 a polícia aparece como a oitava instituição em termos de
credibilidade. Em um cálculo que compreende índices acima de 100 como positivos e abaixo como negativos, a polícia aparece
com 93 pontos.
Já
na pesquisa
da Anistia Internacional, ela afirma que o Brasil tem a polícia mais violenta e
a que mais mata no mundo. Isso é segurança?
Essa
mesma polícia traz consigo outros índices alarmantes. Homicídios de pessoas já
rendidas, feridas ou alvejadas sem aviso prévio; em 2014 15,6% dos homicídios
registrados no Brasil tinham como autor um policial; no caso do Rio de Janeiro 99,5% das
pessoas assassinadas por policiais entre 2010 e 2013 eram homens. 80% negros e
75% tinham idades entre 15 e 29 anos.
Vale
registrar que esse ensaio busca propor uma reflexão sobre segurança, tanto por
parte da imprensa, quanto da população. Não estamos fazendo um juízo de valor
moral a determinados policiais ou indivíduos, mas sim, sobre a polícia enquanto
instituição, suas práticas, seus métodos e objetivos.
A
esse momento do ensaio nosso maior questionamento ainda se mantém: o que é
segurança?
Deixamos
essa reflexão para que a imprensa e a população possam começar a discutir o
tema de forma séria e ampla, levando em consideração condições reais de
segurança para além do simples policiamento, mas contemplando aspectos sociais,
culturais e econômicos também.
Helder Mourão –
Jornalista
FONTES: