É inadmissível para um jornal, com relevância na cidade de Parintins, como o Novo Horizonte, ter matérias feitas pela Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura. Nada contra o texto em si, que até mesmo é bem escrito, com acentuado tendencialismo às ações do governo municipal, é claro, mas um jornal que traz em suas capas o slogan “a verdade vos libertará” não pode, de maneira nenhuma, apresentar somente a visão unilateral do poder público municipal. Senão, que verdade será está? A verdade da prefeitura? Onde fica a questão social na qual todo jornal deveria pautar-se?
Na edição de nº 847, da primeira quinzena de outubro, o jornal exibe uma matéria que apresenta a inauguração da Policlínica do bairro Djard Vieira, Tia Leó. Nela, observamos somente a perspectiva da prefeitura. Não se questiona, por exemplo, a demora nos trabalhos, o valor da obra, etc.
Sabe-se, evidentemente, das dificuldades financeiras enfrentadas por quase todos os jornais da ilha. Porém, espera-se que as dificuldades não sirvam de pretexto para a subserviência do jornal.
O NH pertence à diocese. Parintins é uma cidade extremamente religiosa. Não pode então um meio de comunicação como este, pretenso formador de opinião, servir de vitrine para releases (textos de divulgação de empresas e instituições). Conhecemos a competência de quem está à frente do Sistema Alvorada de Comunicação e, por isso, esperamos que aconteçam modificações iminentes quanto a essa questão. A credibilidade alcançada pelo jornal ao longo dos anos não pode ser trocada por “30 moedas de prata”.
Felipe Lopes Amaral
Felipe Lopes Amaral
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