sábado, 20 de novembro de 2010

A opinião do “Olha Já”


Acompanhamos três edições da coluna “Olha Já”, do repórter Carlos Alexandre, publicada semanalmente no jornal Novo Horizonte. Na edição de número 847, de 02 a 08 de outubro, a coluna foi dividida em três partes. O autor faz uma pequena nota a favor da conscientização do eleitor parintinense para que eleja um representante na Assembléia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). Por ser exemplo do gênero opinativo, a coluna mostra de fato a opinião do jornalista e colabora para tratar do jejum de 16 anos que Parintins não tem um representante na câmara estadual.
A segunda nota apenas parabeniza uma integrante do sistema alvorada de comunicação. A terceira nota, denominada “Omissão”, faz um interessante trabalho aproveitando-se das eleições para dar uma “alfinetada” nos candidatos presentes na cidade. O texto mostra a situação de penúria do Bairro da União e pede não apenas aos candidatos presentes, mas também aos representantes eleitos, que dêem uma ajuda, pelo menos, na resolução dos problemas de saneamento básico do bairro.
Se acreditamos no papel social do jornalismo, o artigo aponta para o sentido certo ao mostrar o que está sendo omitido para a população. Isso faz com que a comunidade busque as melhorias que o poder público tem a obrigação de fazer. Não basta mostrar uma noticia qualquer, o jornalismo tem o papel de encontrar o que há de singular no fato e mostrá-lo ao público.
A coluna se mostra interessante pelo papel crítico e social, mas pouco contribui nas outras duas notas citadas acima, que poderiam ser mais expressivas e seguir o molde da terceira ou servir de documentação pra mesma, pois nota-se o pouco uso de fontes.
Na edição 848, do período de 9 a 15 de outubro, a coluna pega um desdobramento da questão política e ainda trata das eleições. Usa do papel crítico para “alfinetar” a Justiça Eleitoral de Parintins, pois não foi passado o boletim com a atualização da apuração dos votos, sendo que as atualizações tiveram que ser recebidas via Twitter.
Em outra nota da coluna citou-se a eleição para o senado. O artigo mostra a discussão entre o Senador Artur Virgílio, e a recém eleita, Vanessa Graziotin, consultando os dois lados da questão na polêmica da compra de votos, acusada pelo Senador, e pondo a replica de Vanessa, que citou o processo que o prefeito responde.
O interessante na coluna foi o questionamento da figura do prefeito, visto que o jornal costuma apresentar informações sobre Bi apenas a partir de sua assessoria. Alexandre ainda deu uma pequena alfinetada nos “tucanos.”
Já na edição 849, de 16 a 22 de outubro, a coluna “Olha Já”, o repórter não pega o desdobramento da edição anterior, e novamente traz três notas de temas distintos, contudo, apresenta uma considerável queda quanto ao formato. O colunista não opina, apenas relata algumas informações, todas baseadas em uma única fonte.
A exceção da coluna é a terceira nota que denuncia o trabalho feito na unidade prisional de Parintins, mostrando que existe a possibilidade de ocorrer outra rebelião. Denuncia ainda que os trabalhos foram mal feitos e que existe a necessidade de isso ser revisto pelo poder público o quanto antes.
Ao elaborar essa nota, o colunista consultou apenas um entrevistado, o Juiz Áldrin Henrique Rodrigues, Diretor do Fórum de Justiça, e não buscou a contrapartida do governo do estado, pela secretaria de justiça. Essa prática, muito comum nos jornais parintinenses, compromete muito a qualidade da informação divulgada.
Quanto à forma, a coluna peca um pouco, pois houve alguns deslizes na constituição do texto, principalmente ao citar alguns órgãos pela sigla e não os discriminar para facilitar a compreensão do leitor.
Helder Ronan de Souza Mourão

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