segunda-feira, 25 de março de 2013

O Papa é pop? (Parte II)

Papa Francisco é o atual chefe de estado do Vaticano, e o primeiro pontífice nascido na América



“Parece que meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase no fim do mundo”, diz Papa Francisco. Essa é a chamada de capa do jornal Novo Horizonte da edição de nº 975. A frase foi dita pelo Papa, no seguinte contexto: “Irmãos e irmãs, boa noite! Vocês sabem que o dever do Conclave era de dar um bispo a Roma. Parece que meus irmãos foram buscá-lo quase no fim do mundo. Mas, estamos aqui”.
A frase utilizada como chamada de capa está descontextualizada e não leva o leitor a uma melhor compreensão. Qual o motivo dessa escolha? É para explicar porque demoraram a escolher o novo pontífice? Ou o jornal realmente acha que a América Latina é o fim do mundo?
Como a principal chamada de capa, a matéria também teve grande destaque dentro do jornal. Dois pontos são passíveis de análise nessa matéria:
1)      O jornal colocou na íntegra o discurso do Papa e também colocou trechos em latim. Aí eu me pergunto, o leitor sabe o que está escrito? Porque colocar palavras em latim se existe a possibilidade de tradução?
2)      O Papa foi eleito dia 13 de março e a circulação do jornal começou no dia 16. De fato, quando publicada, todos já sabiam da escolha do pontífice. Qual o critério de noticiabilidade do jornal?

Sabemos que o periódico faz parte de uma emissora católica, mas isso não justifica o fato da informação ter sido deixada de lado nos trechos que foram publicados em latim, certo que em outros meios de comunicação foram publicados traduzidos. E ocupar duas páginas com uma “notícia” que a maioria da população, se não todos, já sabiam é falta de clareza sobre o que significa informar os leitores.
Em análise mais geral, é válido dizer que mais uma vez os jornais parintinenses não se preocupam em editar, tampouco em informar o leitor de forma rápida e clara, deixando a INFORMAÇÃO de lado na maioria das vezes.

Yasmin Gatto Cardoso

quinta-feira, 14 de março de 2013

Ode ao prefeito

O Jornal Novo Horizonte publicou no dia 23 fevereiro de 2013, em sua página “Cidade” a notícia “Entrevista do Prefeito Alexandre da Carbrás repercute de forma positiva em todo estado”. O texto na verdade parece ser um comentário sensasionalista sobre a entrevista do prefeito de Parintins ao Jonal A Crítica no dia 17 de fevereiro .

A notícia do NH cita um pouco do histórico do prefeito Alexandre e sua dificuldade na campanha eleitoral e aspectos emocionais que perduram até hoje. Tais aspectos muito evidentes no texto.

O último parágrafo mostra claramente as opiniões do autor a respeito do prefeito, e frases que tendem a construir uma boa imagem do gestor (não questionado o caráter do Carbrás), porém, são opiniões questionáveis de assessoria de imprensa.

Percebe-se que o jornalista também se coloca no texto: “O prefeito Alexandre da Carbrás mostrou de forma incisiva seu compromisso, responsabilidade, determinação para construir a Parintins dos nossos sonhos”. Outra característica questionável que este período apresenta são suas próprias informações, elogios ao trabalho do prefeito, trabalho esse que não foi citado em nenhum momento no texto.

A “notícia” do Novo Horizonte não apresentou nenhum um critério de noticiabilidade, além disso, trata-se mais de um comentário sobre outra notícia de outro jornal.

Aconselhamos ao repórter não usar de forma intensa adjetivos, enaltecendo a figura de outros, além disso, não deve expor a sua própria opinião ou opinião de um grupo onde o mesmo faz parte. Mesmo as assessorias de comunicação não devem cometer exaltações exageradas a respeito do seu assessorado. É necessário buscar e explicitar fatos que comprovem adjetivos de qualquer figura que seja, o leitor é quem deve opinar.

Lacrima

segunda-feira, 11 de março de 2013

Vendem-se Mulheres?!


O Jornal Novo Horizonte trouxe em sua página principal uma matéria sobre a Copa Alvorada. O jornal deu ênfase ao evento mais do que qualquer outro assunto. Só que mais uma vez o veículo priorizou o acontecimento que é organizado pelo próprio Sistema, deixando de dar destaque a outras notícias. 
Outro ponto relevante para ser comentado e o objeto principal de minha crítica é o da eleição da Rainha da Copa Alvorada. Na matéria, o jornalista coloca algumas frases, do tipo: “As belas candidatas a rainha da Copa Alvorada trouxeram um atrativo a mais a competição”; “O concurso de rainha da Copa sempre atrai um bom público”; “Ao longo da competição as doze candidatas passarão por várias eliminatórias até que se conheça a realeza da Copa Alvorada 2013”. 
Acredito que uma competição não dependa de desfile feminino ou até mesmo masculino para atrair “um bom público”. É de conhecimento nosso que eventos em Parintins prezam por esse tipo de competição, é escolha de “Garota Expopin”; “Garota Estudantil”; “Garota Devassa”; “Rainha do Carnailha” e por aí vai. 
A mulher parintinense tem sido tratada como mercadoria. Esses concursos, como foi afirmado na notícia, garantem aos realizadores de eventos um ganho a mais, já que elas (as meninas) trazem plateia. Uma pergunta pertinente neste momento é: como esse veículo, que é tão tradicional em seus valores, permite esse tipo de tratamento a nós mulheres? 
E quando digo nós, me incluo nesse meio, pois como uma parintinense não me sinto orgulhosa por ter tantos estereótipos relacionados à mulheres amazonenses, parintinenses, enfim, às mulheres do norte. E enquanto a mídia insistir em vender as mulheres de Parintins como um produto, seja em concursos de beleza ou de qualquer outra forma, esse ESTERIÓTIPO vai continuar. 
Será que as mulheres em Parintins vivem de concurso de beleza? Vivem vestindo-se com “roupas alusivas” ao ambiente de cada competição? São perguntas reflexivas! Acredito que também é papel da mídia não contribuir para essa construção errônea do que é ser UMA MULHER DE PARINTINS. 


Yasmin Gatto Cardoso




sexta-feira, 1 de março de 2013

Diga sim à edição no rádio!


Jornais e revistas têm fotos, e a televisão, a imagem. No rádio, o que faz a diferença é o som. Óbvio, não? A maioria das rádios jornalísticas e dos repórteres despreza, subestima sua principal matéria-prima. Não se trata aqui do som da voz do apresentador ou do repórter. Mas da música, do ambiente, dos gritos, das sirenes, do bate-boca, do choro, enfim, de tudo o que cerca uma situação que não deve simplesmente ser relatada por meio de um texto ou de uma entrevista” (PARADA, 2000, p.31).
O Jornal da Amazônia, informativo radiofônico do Sistema Alvorada de Comunicação, veiculou no dia 25 de fevereiro várias notícias com sonoras (áudio de entrevistados) que não foram editadas. As falas dos entrevistados começavam e não terminavam, foi perceptível a falta de edição no momento em que era colocada uma cortina (áudio de corte) em cima dos pronunciamentos.
Em todas as notícias, sem exceção, ocorreu isso. Essa falta de edição no radiojornal compromete a credibilidade do Sistema, pois mostra falta de compromisso com o ouvinte. Marcelo Parada, afirma que: “A edição pode ser comparada à montagem de um quebra-cabeças, para que o ouvinte tenha uma matéria com começo, meio e fim” (p.60).
É imprescindível a edição nos radiojornais, pois mostra que além de um trabalho de entrevista, houve um trabalho de apuração das informações e também uma preocupação com os ouvintes, para que eles entendessem de forma plena o que estava sendo veiculado.

Yasmin Gatto Cardoso