Na edição do dia 07 de
abril o Jornal Repórter Parintins trouxe uma matéria intitulada: “Articulação
política mantêm delegados na cidade”. A notícia trata especificamente sobre a
decisão do governador do estado, Omar Aziz pela permanência dos delegados Ivo
Cunha e Ana Denise na cidade de Parintins, isso devido ao fato de vereadores da
cidade terem se articulado para que os dois pudessem continuar desenvolvendo
seus trabalhos no município.
A notícia está
informativa e situa o leitor sobre o acontecimento, mas de forma parcial. O
jornalista usou duas fontes para documentar o texto, essas duas fontes não
contribuem de maneira positiva paraa matéria, pois não oferecem ao leitor
certeza de que dominam o assunto.
Uma das fontes fala que
é contra a permanência do delegado, pois o culpa de ser responsável pela morte
de um rapaz e a outra fonte é a favor da permanência dos dois, pois acredita
que a cidade teve uma melhora com o trabalho desenvolvido por eles, mas com
base em que evidências essas pessoas falam isso? Não há dados específicos na
matéria sobre a melhora dos casos em Parintins. Tudo o que se sabe é o que se
ouve falar, mas um jornal não sobrevive sem documentar o que “se ouve falar”.
E a segunda fonte é
usada de maneira mais grave, ela diz que um dos delegados está envolvido com um
crime! Cadê a prova disso? Essa fonte ouviu falar? E, na pior das hipóteses, a
fonte ouviu falar e o jornalista publicou sem ir a fundo na investigação da informação dada por
ela?
É grave o uso de informações sem serem comprovadas.
O jornalista tem um papel de mostrar a população os fatos de forma
esclarecedora, não poderia ter colocado essa fala sem ter certeza do caso. É uma
espécie de acusação que merece investigação para que ninguém seja culpado por
algo que não cometeu. Segundo Jorge Pedro Sousa, “as informações que uma fonte
disponibiliza ao jornalista devem ser enquadradas e tratadas sem adulteração,
mas também devem ser por princípio, verificadas” (2001, p.64).
Referência:
SOUSA, Jorge Pedro. Elementos do jornalismo impresso. Porto, 2001.
Yasmin Gatto Cardoso