quinta-feira, 18 de abril de 2013

Direito não é favor!




Na edição nº 978 referente a semana do dia 06 a 12 de abril, o jornal Novo Horizonte publicou na editoria Cidade, página 10, uma notícia intitulada “Caprichoso fornece equipamentos de proteção individual aos artistas”.
Logo no primeiro parágrafo (lead), o autor expõe: “Em uma ação realizada na última segunda-feira, 01, que primou pela valorização da dignidade humana, a diretora do Boi Caprichoso apresentou os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os colaboradores que receberão os equipamentos nos galpões de alegoria”.
Como assim “primou pela dignidade humana”?! A ação realizada pela presidente do boi não passa de uma obrigação, pois é direito de todos que trabalham, principalmente em ambientes de alta periculosidade, receberem EPIs.
Mas, da forma como o jornalista descreve, transmite a ideia para o leitor de que a presidente do boi passou a se preocupar com aquelas vidas que trabalham sob seu comando e por isso está fazendo “doações”, o que na verdade é papel do empregador, no mínimo.
É importante que o jornalista tenha a preocupação de mostrar estas ações, mas de forma que o leitor perceba a informação e, neste caso, que se trata de um direito que os trabalhadores estão tendo acesso, e não como se fosse somente um favor ou preocupação que determinada agremiação está tendo com seus trabalhadores.
O jornalismo tem que primar para que o público, por meio da informação, passe a ter um conhecimento a mais sobre determinado assunto e não verificar nisso certo paternalismo como a notícia deixou a entender.

Hanne Caldas

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