sexta-feira, 5 de abril de 2013

Crítica e poesia: a história não pode acabar

            O Jornal Plantão Popular do dia 2 abril de 2013, em sua página de opinião, apresentou dois textos bastante pertinentes a respeito de fatos que passam despercebidos em muitos veículos noticiosos, assim como pela própria sociedade.
O editorial intitulado “Utopia Rebelde” retrata do descaso com os “patrimônios arquitetônicos históricos” de Parintins por parte dos setores públicos responsáveis que não cumprem com suas finalidades de cuidar e investir nesses lugares. O autor também mostra sua inquietação para com a comunidade que se mantém inerte, esperando que grupos isolados se preocupem com a “destruição da história da Ilha”, e que lutem contra a perda de patrimônios. Ele também lembra a época de Tonzinho Saunier, quando as escolas e universidades produziam estudantes mais críticos e se preocupavam em “dar aulas e construir gerações humanizadas”.

O título “utopia rebelde” remete-se a “rebeldia colegial” que segundo o jornal, não se silenciava e alertavam os governantes para os verdadeiros interesse da comunidade.

Na sessão Conexão Popular, a poesia “Cidade sem memória” mistura a arte com crítica e retrata a mesma questão do editorial.

Victor Costa, autor do texto, fala categoricamente de fatos que aconteceram na cidade que contribuíram ou contribuem para perda do patrimônio histórico, cultural e ambiental de Parintins. A destruição do Cine Saul, as centenárias castanheiras, a antiga casa de Tonzinho Saunier que está em ruínas, etc.

O poeta popular tem como ponto de vista que o poder público apenas vê como cultura os bois bumbás, Garantido e Caprichoso, e volta sua atenção e investimentos apenas para isso, esquecendo que a cidade não construiu sua história apenas de boi, mas que existem prédios, lugares, arquivos, fotos, livros que falam dos acontecimentos, desenvolvimento e cultura do povo local.

Ambos os textos trabalharam bem um tema muito importante tanto da perspectiva jornalística quanto social. Acredito que a partir desses textos surjam incentivos para que a mídia local explore e crie mais matérias a respeito. Uma reportagem da situação dos prédios históricos e o real “ apoio do setor público” pode contribuir para “acordar” a população e os governantes para que a história parintinense não seja tombada ao chão.

Gustavo Saunier

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