Aqui vai uma análise sobre três edições (N° 50, 51 e 52) do Jornal Repórter Parintins, mas que vale para todos os demais jornais do município, pois todos vêm mantendo esse pequeno problema que vou enunciar.
Como Parintins é uma cidade de poucos habitantes, dificilmente um jornal consegue sobreviver sem um apoio financeiro ou patrocínio, dessa forma algumas páginas ou espaços dos jornais são comprados por pessoas ou por instituições.
Esse é um dos trabalhos do que se chama de assessoria de imprensa, um grupo dentro de uma instituição que é responsável por fazer com que determinada pessoa ou instituição sejam bem vistas pelas pessoas, e uma das técnicas mais comuns desse trabalho é o de conseguir espaços na mídia que falem bem desses assessorados. Dessa forma sua imagem sempre será positiva e seus trabalhos estarão sendo informados ao público.
Mas afinal isso também é jornalismo? NÃO! O jornalismo trabalha com notícias de interesse público e busca seus fatos em qualquer lugar que possa lhes fornecer as informações que vão ser transformadas em notícia. Diferente disso, a assessoria busca seus fatos na empresa ou pessoa para quem trabalha, logicamente a informação sempre estará a favor da empresa ou pessoa.
Como dito antes, é muito difícil dos jornais sobreviverem sem isso, porém o que os jornais vêm fazendo de errado é publicar as notícias, como se estas fossem um jornalismo de fato. Se as notícias da assessoria são sempre pensadas e escritas pensando em fazer uma boa imagem de terceiros, o leitor precisa saber a origem delas.
Comumente os jornais usam duas nomenclaturas para assinarem as notícias: Por exemplo, quando alguém da equipe do jornal é o escritor, a assinatura aparece: Fulano da equipe do jornal. Caso a notícia seja de um jornalista de fora do jornal assina-se da seguinte forma: Especial para o Jornal. Nesse caso, os jornalistas deveriam por o seguinte em seu jornal: Da assessoria de comunicação da empresa ou pessoa. Assim o leitor saberá se a notícia publicada é da equipe do jornal, de fora da equipe ou de assessoria.
O jornalismo tem um compromisso diferente da assessoria, é claro que ele não prega a verdade absoluta, e em outros ensaios aqui já disseram isso, mas a assessoria tem um intuito direto de fazer propaganda de seu assessorado.
Caso os jornais não mudem sua postura sobre isso, conforme propomos, é só o leitor observar sobre o que os escritores andam publicando, e então vamos notar que são sempre as mesmas figuras falando das mesmas pessoas nos impressos da ilha.
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