segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cadê a fundamentação?

Os cavalos são os novos vilões do trânsito


Na edição nº 907, referente à semana de 26 de novembro a 2 de dezembro de 2011, o jornal Novo Horizonte trouxe como matéria principal na editoria Cidade, p. 7, uma notícia intitulada “Animais nas ruas e o risco à segurança no trânsito”. O assunto abordado na notícia é relevante e realmente precisa ser encontrada uma solução para a problemática em questão.
Por outro lado, o modo como a notícia está narrada carece de argumentos, pois o autor somente expõe que a municipalização do trânsito precisará resolver os problema da presença dos animais nas ruas e faz autopropaganda, de forma indireta, da mídia que está circulando a informação.
No segundo parágrafo da notícia, o autor descreve: “(...) É comum encontrar cachorros, gatos, cavalos e bois nas ruas. Por entre pessoas nas ruas de grande movimento esses animais oferecem perigo.” Realmente, esta é a realidade vivenciada pelos condutores de trânsito na Ilha, mas deve-se perceber que gatos e cachorros, além de não serem animais de grande porte, também não são algo que se possa controlar de forma direta. Até mesmo a reprodução desses animais, os quais boa parte vivem pelas ruas, não pode ser administrada.
Já os de grande porte, como cavalos e bois, que diariamente são vistos pelas ruas, realmente oferecem perigo a sociedade em geral, mas é preciso analisar também que muitas pessoas dependem desses animais de forma utilitária, como o cavalo para trabalhar. Além disso, existe uma realidade local que também vive da criação de gado, e muitas vezes precisa fazer a “passagem” destes em busca de outros terrenos e pastagens.
Além disso, o autor cita também que estes animais já causaram diversos acidentes fatais com pais de famílias, o que demonstra uma tentativa de sensibilizar os leitores e a sociedade em geral, pois sem dúvida não foram somente pessoas desse gênero a passar por esses tipos de acidentes.
Portanto, pode-se avaliar que o assunto é relevante, só que a notícia poderia explorar mais essa realidade. O autor poderia ter procurado apresentar fontes que confirmassem as informações que constam no texto, como por exemplo, alguém que explicasse a estratégia do plano de municipalização para retirar estes animais das ruas, de forma que não prejudique ninguém. Ele também poderia ouvir pessoas da sociedade que já acompanharam a situação de vítimas de  acidentes com esses animais, que estivessem dispostas a opinar sobre o assunto.

Hanne Caldas

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