O Jornal da Ilha, na edição de 20 de novembro, estreou uma nova seção, escrita pelo presidente da Associação Parintinense de Cinema – APINCINE, Harald Dinelly. A crítica ou resenha de cinema é um gênero do jornalismo opinativo e está dentro da vertente do jornalismo cultural.
Para começar temos a seguinte frase: “... estaremos trazendo a você amante de cinema a análise de um filme, seja ele lançamento ou filme ‘Cult’”. Aqui há uma confusão de termos, pois se entende pela leitura do texto que lançamento é o contrario de cult. Mas o termo Cult, para o cinema, caracteriza os filmes que apostam em sua linguagem, buscando inovações e comumente roteiros originais, o que muitas vezes faz com que os Cult’s sejam filmes de baixo custo.
O texto destaca-se por não esquecer duas fundamentais características da crítica de cinema, a sinopse (denominada “história” no jornal) e a ficha técnica, mas peca na análise por esquecer-se de relatar que o filme analisado, “Comer, rezar, amar”, foi baseado em um livro de Elizabeth Gilbert, de mesmo nome e adaptado para o cinema.
Em sua avaliação, propriamente dita, há algumas falhas e ausência de informações básicas, pois não é dito que o livro é um relato de vida da autora, como um capítulo de uma biografia, mas com o nome de Liz Gilbert, praticamente seu nome, Elizabeth Gilbert.
A avaliação é técnica demais para um leitor sem os conhecimentos da linguagem e dos jargões do cinema e é muito vazia, pois, por exemplo, o escritor diz que é “um filme com ótima fotografia”. Essa fotografia, não é a fotografia que conhecemos, trata-se dos princípios da fotografia aplicados ao cinema, já que o primeiro é estático e o segundo tem movimento. Apenas dizer que a fotografia é ótima, não é análise e nem crítica, pois não dá fundamentos para dizer o que é ótimo nessa fotografia.
Outras colocações não são fundamentadas e ficam no simples ponto de vista do escritor como, “grandes atuações e trilha sonora inesquecível”. O mais viável seria mostrar o porquê de ser uma grande atuação e da trilha sonora ser inesquecível, mostrando isso com partes do filme e fundamentando.
No desenrolar, a única colocação que realmente tem tom de crítica, mas que faltou aprofundamento foi neste trecho: “ Não gostei quando retrataram como costume dos Brasileiros beijar os filhos (já adultos) na boca”, em que não foi explicado o porque de não gostar.
No mais, alguns erros ortográficos e gramáticos, mas é bom ver uma seção sobre cinema nos periódicos locais, pois aguça ainda mais os parintinenses que tem mostrado ter gosto e talento por ele.
Obrigado Helder pela minha coluna estar gerando debate sobre cinema, este é um dos objetivos dela.
ResponderExcluirQuanto à falta de detalhes, vc deve saber como é feito um jornal, portanto tem conhecimento que se tem pouco espaço para descrever as técnicas como vc deseja. Apesar de vc ter "profundo" e "douto" conhecimento sobre cinema esta coluna pretende estimular as pessoas "leigas" a assistirem filmes e desenvolverem opinião própria e não formar doutores em cinema (por isso o texto "leve").
Você se equivoca quando cita a sinopse, esta é uma síntese do filme em poucas linhas de texto e que é divulgada oficialmente, o que coloco na coluna é um resumo da história mesmo.
A coluna expressa a opinião do autor... e tudo realmente é o meu ponto de vista.
E quanto à "confusão de termos", opinião sua, a respeito da citação de filme lançamento e filme cult.A minha opinião é que um filme não é considerado cult em seu lançamento e sim quando ele forma grupos de expectadores que CULTuam aquele filme. Pesquise e você encontrará diversas opiniões sobre o tema.
Não sou dono da razão, não sou formado em cinema e nem sou jornalista, mas tenho senso crítico, um pouco de conhecimento, e estou Presidente da Associação Parintinense de Cinema o que me reserva o direito de buscar formas de desenvolver o gosto pela sétima arte em nosso Município.
Abraços e obrigado por ser leitor de nossa coluna.
OPS... tinha erro de português no meu comentário também!! Desculpa...
ResponderExcluirOs sábios apenas deixam falar sobre seu trabalho sedo ruim ou bom. O que importa é que case impacto, pois a verdade depende do ponto de vista de cada um, nesse caso.
ResponderExcluirAgradeço pela resposta Harald, mas não tenho nem "profundo" e nem "douto" em cinema, assim como você ou um interessado que busca estudar um pouco. Concordo que o texto de jornal e para leigos deve ser leve e pequeno, mas não deve ser deixar lacunas também, as quais citei no texto, principalmente a falta do conceito de fotografia no cinema.
ResponderExcluirPenso que o blog exagera em alguns momentos, isso é perigoso, pois pode se reverter em descrédito do mesmo (eu mesmo que lia diariamente, estou lendo casualmente) na medida em que chegam a banalização da (in)maculação da informação. Sei que os que o fazem são acadêmicos. Então se comportem como tais, e não como juízes intocáveis. Se pelo menos eu encontrasse algo escrito por vocês em outros veículos de comunicação que não fosse nesse blog laboratório, talvez entendesse o caminho que estão percorrendo e tentando mostrar. Senão, continuarão a meu ver como cachorros loucos correndo atrás da roda do carro. Pena, mais entendo, afinal, são ainda acadêmicos.
ResponderExcluirEsse Trindade já quer começar com a fuleiragem.
ResponderExcluirBem Trindade, pelo menos vc eu gostaria que nos ajudasse, já que começou o assunto. Quando o blog exagera? Mostre-nos, porque ao contrário dos jornais de Parintins, nós queremos crescer com as críticas e precisam desse feedback.
ResponderExcluirMostre-nos exemplos de "banalização da (in)maculação da informação" e quando nos mostramos "Juízes intocáveis".
Não vejo necessariamente a necessidade de estarmos em algum jornal escrevendo para que sejam mensuradas as críticas, esse é um espaço de crítica de mídia e não de avaliação de fulano ou ciclano, do LACRIMA ou dos jornais de Parintins.
Para criticar, tem que ter bagagem, vcs pelo menos tem a sabedoria e a humildade de um Wilson Nogueira? Vcs "criticam como se fossem os donos das razões e desconhecem que mesmo com conhecimento acadêmico e do cotidiano, quando tiverem no fim de suas vidas olharão para dentro de si e vão concluir que morremos pensando que aprendemos tdo e q somos sábios, mas na verdade não sabemos de pn...
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