Foto de Fábio Kahn |
A edição do periódico Plantão Popular do dia 08 de novembro, terça-feira, traz a matéria "Extrator de madeira mata autônomo a terçadadas". O texto consegue esclarecer de maneira satisfatória o leitor sobre o fato. Trata-se do assassinato ocorrido na Comunidade de São Tomé, na região do Rio Uaicurapá, em que o autônomo Denilson Nascimento Norannha foi morto a golpes de terçadadas por João Victor.
As fontes principais foram a 3ª Delegacia Regional de Polícia e Aldenor dos Santos Araújo, primo da vítima. O repórter conseguiu utilizar as informações das fontes para redigir um bom texto. No entanto, há uma citação entre aspas que causa confusão na leitura: "Ele marcou comigo. A desgraça tá feita, pode chamar a polícia e não fala muito não, vai logo, sai fora, se não vou fazer o mesmo contigo...". Esse é o relato que o acusado fez ao primo da vítima após o crime. O problema é que o repórter não ouviu essa fala diretamente do acusado, mas de uma de suas fontes.
João Victor estava foragido e essas foram as palavras que disse ao primo. O problema está no uso de aspas. É preciso ter cuidado ao utilizar esse recurso, pois sugere uma informação obtida direto da fonte e no caso desse texto foi adquirida por outra pessoa. Que certeza podemos ter de que o pronunciamento de fato ocorreu?
Se o jornalista não entrevistou diretamente a fonte, não tem sentido a utilização de aspas. Nesse caso é necessário um cuidado por parte do repórter quando e como apresentar as declarações dos entrevistados.
Karine Nunes
Muito bem colocada essa questão das aspas!
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