A matéria “Parintinenses Assustados”, escrita por Gleilson Medins na edição de 13 de março do Jornal Repórter Parintins, é muito mais um relato de como uma pessoa que tem parentes no Japão recebeu a noticia do terremoto do que um fato verdadeiramente noticioso.
“Parintinenses Assustados” é a descrição quase literal de como a empresária Erinilce Sakamoto recebeu a notícia do terremoto na costa nordeste do Japão. Grande parte da matéria conta como a empresária soube do fenômeno e como tentou entrar em contato com seus irmãos. No texto não consta muitos elementos que realmente informem algo sobre o terremoto, no entanto, a notícia talvez tenha sido escrita dessa maneira de propósito, para mostrar como quem tem parentes no Japão recebeu a notícia do tremor, o que de qualquer forma não atendeu o objetivo. A matéria poderia ter ouvido outras pessoas que passaram por essa mesma situação.
No começo da notícia Gleilson descreve o terremoto como tendo 8,9 pontos na escala Richter, mas não diz que escala é essa ou como ela é medida. Ele também descreve o Japão como destino de parintinenses à procura de emprego desde a década de 1980, contudo, não menciona o fato de que desde bem antes de “Parintins” ir para o Japão, japoneses já imigravam para cá.
A matéria do Jornal Repórter Parintins não esclareceu muita coisa sobre o terremoto, mas buscou mostrar a situação específica das pessoas que tem parentes no Japão. Talvez o jornal tivesse conseguido aprofundar esse tema, caso não tivesse focado como apenas uma única pessoa teve conhecimento do terremoto.
Erik Bitencourt Ribeiro
Sou fã do trabalho de vcs no observatório de mídia, no entanto, creio que dessa vez devo fazer algumas observações. Ao comentar a matéria "Parintinenses Assustados", o colega "observador" parece ter se perdido no propósito da própria análise e caiu em contradição algumas vezes, de modo a deixar indefinifo o que ele realmente achou bom ou ruim na matéria. O Jornal Repórter Parintins (JRP) tem justamente o propósito de buscar um olhar diferenciado sobre a notícia para não cair na mesmice da imprensa parintinense, fadada a narrativa óbvia do factual. Uma visão mais profissional e analítica sobre a matéria em questão mostra que o JRP foi o único periódico impresso a publicar a notícia no domingo, enquanto todos espampavam somente o carnailha como destaque de capa. O jornal buscou contextualizar um acontecimento global, visto de hora em hora na TV. De modo a entender que, só da perspectiva publicada é que o terremoto interessaria ao leitor parintinense, considerando que mais de 250 munícipes residem no Japão. Dessa forma quero destacar ao colega "obsrevador", que o terremoto em si não era a nossa notícia, muito menos como se mede a escala Rischter. Quanto às outras fontes, certamente procuramos para mostrar outros RELATOS IMPORTANTES, porém, quem já vivenciou pelo menos por um dia a prática de uma redação sabe que nem sempre as coisas saem como o planejado e daí temos que fazer o possível, dentro das normas jornalísticas, para uma notícia importante e diferenciada não deixar de ser publicada. O JRP não trabalha com amadorismos e conhece as normas estruturais da notícia, bem como todos os outros procedimentos que se fazem necessários tanto para manter um veículo ($) quanto para torná-lo atrativo para a comunidade, emergindo com o diferencial sempre. Obrigado por estudarem o JRP, além de ser bom para nós, que fazemos o jornal e que também erramos, também é muito saudável a vcs como tóricos analíticos e como futuros profissionais de campo. Um forte abraço, Gleilson Medins.
ResponderExcluirBem, ambos os lados tem razão, mas esse não é meu objetivo aqui. Mas, se vc fala de termos técnicos ou científicos, vc deve esclarecer minimamente o que significa, para que o leitor menos abastado de informação ou educação possa entender, nesse sentido é viável a observação do colega Erik, mesmo que a notícia não seja específica desse tema.
ResponderExcluirNo entanto, precisamos entender que não se trata realmente de uma notícia sobre o terremoto, mas de jornalismo social que tem um propósito mais solidário. A falta de fontes realmente foi um problema, mas não de um debate entre fontes, mas de complemento, onde a fonte citada deveria ser a principal.
De qualquer forma alguns trechos da construção da narrativa do jornal faz com que esta seja percebida como notícia sobre o terremoto. O jornalista que escreve deve sempre lembrar que ao escrever, ele o faz para uma gama imensa de leitores dos mais variados tipos e das mais variadas concepções, e por isso o jornalismo se alicerça em disciplinas como a lingüística e a semiótica, que trabalham com discurso e percepção de signos.
No mais, que fique certo que este é um espaço de crítica e de replica, seria ótimo ter discordâncias em todos os ensaios aqui, principalmente dos jornalistas da cidade, obrigado Gleilson, espero que continue lendo e comentando nos nossos ensaios.
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