terça-feira, 5 de abril de 2011

Relatos de uma descoberta


A matéria “Parintinenses Assustados”, escrita por Gleilson Medins na edição de 13 de março do Jornal Repórter Parintins, é muito mais um relato de como uma pessoa que tem parentes no Japão recebeu a noticia do terremoto do que um fato verdadeiramente noticioso.
“Parintinenses Assustados” é a descrição quase literal de como a empresária Erinilce Sakamoto recebeu a notícia do terremoto na costa nordeste do Japão. Grande parte da matéria conta como a empresária soube do fenômeno e como tentou entrar em contato com seus irmãos. No texto não consta muitos elementos que realmente informem algo sobre o terremoto, no entanto, a notícia talvez tenha sido escrita dessa maneira de propósito, para mostrar como quem tem parentes no Japão recebeu a notícia do tremor, o que de qualquer forma não atendeu o objetivo. A matéria poderia ter ouvido outras pessoas que passaram por essa mesma situação.
No começo da notícia Gleilson descreve o terremoto como tendo 8,9 pontos na escala Richter, mas não diz que escala é essa ou como ela é medida.  Ele também descreve o Japão como destino de parintinenses à procura de emprego desde a década de 1980, contudo, não menciona o fato de que desde bem antes de “Parintins” ir para o Japão, japoneses já imigravam para cá.
A matéria do Jornal Repórter Parintins não esclareceu muita coisa sobre o terremoto, mas buscou mostrar a situação específica das pessoas que tem parentes no Japão. Talvez o jornal tivesse conseguido aprofundar esse tema, caso não tivesse focado como apenas uma única pessoa teve conhecimento do terremoto.

Erik Bitencourt Ribeiro

3 comentários:

  1. Sou fã do trabalho de vcs no observatório de mídia, no entanto, creio que dessa vez devo fazer algumas observações. Ao comentar a matéria "Parintinenses Assustados", o colega "observador" parece ter se perdido no propósito da própria análise e caiu em contradição algumas vezes, de modo a deixar indefinifo o que ele realmente achou bom ou ruim na matéria. O Jornal Repórter Parintins (JRP) tem justamente o propósito de buscar um olhar diferenciado sobre a notícia para não cair na mesmice da imprensa parintinense, fadada a narrativa óbvia do factual. Uma visão mais profissional e analítica sobre a matéria em questão mostra que o JRP foi o único periódico impresso a publicar a notícia no domingo, enquanto todos espampavam somente o carnailha como destaque de capa. O jornal buscou contextualizar um acontecimento global, visto de hora em hora na TV. De modo a entender que, só da perspectiva publicada é que o terremoto interessaria ao leitor parintinense, considerando que mais de 250 munícipes residem no Japão. Dessa forma quero destacar ao colega "obsrevador", que o terremoto em si não era a nossa notícia, muito menos como se mede a escala Rischter. Quanto às outras fontes, certamente procuramos para mostrar outros RELATOS IMPORTANTES, porém, quem já vivenciou pelo menos por um dia a prática de uma redação sabe que nem sempre as coisas saem como o planejado e daí temos que fazer o possível, dentro das normas jornalísticas, para uma notícia importante e diferenciada não deixar de ser publicada. O JRP não trabalha com amadorismos e conhece as normas estruturais da notícia, bem como todos os outros procedimentos que se fazem necessários tanto para manter um veículo ($) quanto para torná-lo atrativo para a comunidade, emergindo com o diferencial sempre. Obrigado por estudarem o JRP, além de ser bom para nós, que fazemos o jornal e que também erramos, também é muito saudável a vcs como tóricos analíticos e como futuros profissionais de campo. Um forte abraço, Gleilson Medins.

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  2. Bem, ambos os lados tem razão, mas esse não é meu objetivo aqui. Mas, se vc fala de termos técnicos ou científicos, vc deve esclarecer minimamente o que significa, para que o leitor menos abastado de informação ou educação possa entender, nesse sentido é viável a observação do colega Erik, mesmo que a notícia não seja específica desse tema.
    No entanto, precisamos entender que não se trata realmente de uma notícia sobre o terremoto, mas de jornalismo social que tem um propósito mais solidário. A falta de fontes realmente foi um problema, mas não de um debate entre fontes, mas de complemento, onde a fonte citada deveria ser a principal.
    De qualquer forma alguns trechos da construção da narrativa do jornal faz com que esta seja percebida como notícia sobre o terremoto. O jornalista que escreve deve sempre lembrar que ao escrever, ele o faz para uma gama imensa de leitores dos mais variados tipos e das mais variadas concepções, e por isso o jornalismo se alicerça em disciplinas como a lingüística e a semiótica, que trabalham com discurso e percepção de signos.

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  3. No mais, que fique certo que este é um espaço de crítica e de replica, seria ótimo ter discordâncias em todos os ensaios aqui, principalmente dos jornalistas da cidade, obrigado Gleilson, espero que continue lendo e comentando nos nossos ensaios.

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