quarta-feira, 2 de março de 2011

Prefeito de Manaus perde a compostura


              No dia 20 de fevereiro de 2011, o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, visitou a comunidade Santa Marta na zona norte da cidade - devido ao deslizamento de terra que levou ao óbito três pessoas que moravam no local - para avaliar de perto a situação e tomar as providências imediatas.
              Ao explicar a necessidade dos moradores deixarem o local e para não construirem mais casas, uma moradora questionou sobre o destino das familias desalojadas, o que deixou o prefeito exaltado e provocando um diálogo nada agradável.
              Ao perder a compostura, em razão dos questionamentos da moradora, o prefeito sugeriu que ela ‘morresse’ e ainda deixou subentendido o seu preconceito e discriminação com os paraenses.
              O interessante a ser analisado é a repercussão do fato, não pela importância da situação real do problema mas pelo comportamento deplorável do prefeito com a população.
              Após a reportagem circular nos jornais regionais, em pouco tempo a mídia nacional também estava divulgando a notícia, pois incluiram em suas edições, por ter valor impactante, de interesse humano e principalmente ser uma raridade de se ver. Mas a maioria dos telejornais se preocuparam em destacar a parte cômica e esqueceram a verdadeira situação, ou seja, o prefeito roubou a cena passando a ser o problema.
              O que era para ser mais uma notícia sobre área de risco de desabamento de terra que vem vitimando pessoas na cidade, devido ao periodo de fortes chuvas, tornou-se assunto de muita polêmica e indignação. Pois o prefeito feriu o artigo 81 da Lei Orgânica do Município (Loman), que trata da responsabilidade do prefeito. Em um dos incisos da legislação, o prefeito pode ser processado em caso de agir de modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo.
              Ao final da reunião com a comunidade, o prefeito mandou retirar as familias do local, encaminhando-as a morarem de aluguel até comprar um terreno próximo à comunidade, onde dará kits de madeira para a construção de novas casas. Só não se sabe até quando o prefeito vai pagar o aluguel e se realmente irá cumprir com a promessa de “pai da população”.
              No desdobramento do fato, no dia 25 de fevereiro, em entrevista coletiva o prefeito pediu desculpas à moradora. Contudo, vale ressaltar que no dia anterior, em entrevista à Folha, Amazonino afirmou que não pediria desculpas à Laudenice Paiva.




Hanne Assimen Caldas

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