quarta-feira, 23 de março de 2011

Fale e será a notícia!


Na edição do dia 16 de março de 2011, o Jornal Alvorada transmitido pelo rádio no horário das 12h tratou de diversos assuntos do município, como de costume, e dentre eles abordou o Ato Público promovido pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) motivado pela falta de Segurança Pública para os acadêmicos e para a comunidade próxima ao instituto.
Nas últimas semanas o índice de violência com os estudantes da UFAM tem se elevado de modo alarmante, o que fez ser necessário o Ato Público para esclarecer os fatos e exigir a iniciativa das autoridades do município.
Contudo, o que vem a ser destacado aqui é o fato do Jornal Alvorada, apesar de tornar público esses acontecimentos, não ter abordado o tema de forma noticiosa, mas apenas como depoimentos de seus entrevistados. Vale ressaltar que isso se repete em quase todas as notícias (se não em sua totalidade) que envolvem falas de entrevistados.
O que é notório no fazer jornalístico do JA é a falta de edição nas sonoras (fala dos entrevistados), pois em análise da notícia sobre o Ato Público constatamos que quando se ouve a sonora do entrevistado, que é de quase 2 minutos, fica evidente a notícia como forma declaratória. Ou seja, quem faz o jornal são praticamente os entrevistados.
Sendo esse procedimento corrente em demasia em todas as demais matérias analisadas que envolvem declarações dos entrevistados, chegando a ter sonoras com mais de 2 minutos, o programa acaba ficando cansativo. Por ser longo, o radiojornal deixa de ser interessante ao ouvinte.
Outra falha corrente no JA é o fechamento da matéria na sonora e a entrada para a matéria seguinte, sem nem voltar para a voz do repórter, sendo esse último recurso essencial para fazer a conclusão da notícia, direcionando o ouvinte.
O que ocorre também é o uso das sonoras como fala do repórter, ou seja, repete na sua passagem (fala do repórter) o que será dito mais adiante pelo entrevistado, caracterizando somente uma reprodução das falas. Confirma-se mais uma vez que é o entrevistado quem faz o jornal...

Hanne Assimen Caldas

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