Dedicada quase que exclusivamente para mostras o lado ruim da ocupação de terra em Parintins, a edição do 16 de setembro do jornal Plantão Popular traz uma matéria denominada “Professor vê desrespeito ao trabalhador”. Matéria essa que tem o objetivo de ser uma espécie de espaço para que o professor Márcio Farias fale tudo o que pensa sobre o movimento dito “invasor”.
A matéria é utilizada como um instrumento de desabafo, visto que ela é constituída, em sua maioria, por falas de Márcio. Isso nos remete a ideia de que o repórter, para não perder a entrevista, usou tudo o que foi dito pelo educador para servir como uma espécie de preenchimento da página.
Mostrando só os aspectos negativos do movimento, essa edição mostra que o “O outro olhar da notícia” do jornal Plantão Popular foi por “água abaixo”, pois o veículo só busca criminalizar a ocupação, deixando de levar em consideração a falta de políticas públicas voltadas para a construção de moradias a pessoas com a mínima condição financeira para construir sua própria casa.
Quando o entrevistado diz que, “uma vez mantida a invasão, nunca mais teremos o sossego que buscamos quando optamos construir nossas casas para dar qualidade de vida às nossas famílias”, ele demonstra seu lado preconceituoso quanto aos ocupantes. Com essa fala, ele diz nas entrelinhas que, com a chegada desses novos moradores, a tranqüilidade do local ficará comprometida.
Analisando de forma rápida a edição, percebe-se que o jornal vem com o claro objetivo de atacar o movimento, visto que só usa fontes que vão contra a mobilização. Além disso, nenhum ocupante foi entrevistado, demonstrando que o jornal não vê “os dois lados da moedas”, afinal os ocupantes são criminalizados do começo ao fim.
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