sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O mito da imparcialidade jornalística



Sexta feira, 02 de setembro de 2011, circula um novo informativo impresso na Ilha, trata-se do “ACONTECE PARINTINS”. Destaca-se nessa publicação o editorial de estreia.
No texto, que traz as boas vindas ao jornal, a ênfase é dada à frase: “Com base na verdade, isenção, imparcialidade, o jornal se propõe a levar conteúdo educatico, informativo, esclarecimentos sobre fatos que ocorrem diariamente na nossa cidade e região...”.
Em primeiro lugar, verifica-se um erro ortográfico, em vez de “educativo” está escrito “educatico”. Porém, o objetivo desta análise é tratar do termo IMPARCIALIDADE, um popular mito do jornalismo.
Não é necessário irmos muito longe para comprovar a falsa perspectiva. O próprio jornal desconstrói a ideia a partir da manchete: “Alexandre da Carbrás lidera pesquisa para a prefeitura de Parintins”. Por que é citado apenas o candidato Alexandre da Carbrás? E quanto aos outros candidatos?
Ser imparcial é ser justo, neutro, porém não é o que verificamos na publicação. De acordo com o jornal, Carbrás lidera a pesquisa, feita pela empresa ‘Action’, com 42% da preferência dos eleitores.
 A matéria parece mais uma publicidade à empresa “Action” que trabalha com pesquisas de mercado. A pergunta é: os outros veículos de comunicação tiveram acesso a essas informações? Porque somente esse informativo reportou a notícia? A pesquisa foi encomendada por quem? Essas são questões a serem pensadas para, então, se discutir a imparcialidade.
Infelizmente outros veículos de comunicação ainda se denominam imparciais. É preciso esclarecer ao espectador sobre a inexistência da imparcialidade e verdades absolutas. Cada relato é pautado por pontos de vista particulares, portanto, é impossível tomar uma postura de neutralidade na cobertura de determinados fatos. Isso não anula contudo a responsabilidade do jornalista com seu público, até mesmo porque a prática jornalística, mesmo sendo expressão de um ponto de vista, não pode tratar os (e)leitores como indivíduos a serem manipulados.

Karine Nunes

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