Na edição referente à semana do
dia 14 a 20 de abril de 2012, o jornal Novo Horizonte trouxe uma notícia
intitulada “Críticas ao comodismo à espera por mudanças no atual sistema”. A
matéria relata o que aconteceu na encenação feita pelos jovens católicos contra
o atual Sistema de Saúde Pública do país.
A ideia inicial poderia até ser
criticar o atual sistema de saúde pública, mas o que é descrito na matéria mostra-se
tendencioso e unilateral, pois em vários recortes do texto o autor demonstra a
sua visão muito particular sobre o fato.
Aqui estão alguns exemplos: “A ocasião
foi propícia para que cada ator no palco improvisado, (...), expressasse o
sentimento contrário à herança maldita deixada pelas gerações passadas”; “Em
cada gesto simples os jovens souberam mostrar que o mundo é passível de
mudanças, basta quem estiver no poder aceitar opiniões e abrir mão dos
interesses particulares e egocêntricos”; “Em críticas a outros tipos de
violência como drogas, aborto, prostituição e suicídio a decadência da vida
humana é fatal. Alguns conseguem se socializar, outros tem destino horrendo”.
Com isso percebe-se que o autor
não relata somente o acontecimento, mas ele também expõe claramente a sua
opinião, o que vai de encontro com a prática de se fazer jornalismo informativo.
Além disso, trata-se de um texto recheado de adjetivações, o que também deve ser
evitado em notícias, já que o objetivo é que o leitor formule sua própria
opinião. Tudo isso, fora os erros ortográficos que prejudicam a leitura.
Portanto, o autor prejudicou seu
relato, pois faltou um posicionamento mais factual para que o leitor pudesse
retirar do texto suas próprias considerações, e não ser intensamente influenciado
a concordar e pensar de acordo com tudo o que está escrito na quase-notícia de
interesse público. Digo assim, pois se percebe também que a notícia é
fortemente voltada para o público católico e não para a sociedade em geral.
Hanne Caldas
Nenhum comentário:
Postar um comentário