Na edição número 899, referente à
semana de 01 a 07 de outubro, o jornal Novo Horizonte, além de ter dedicado boa
parte do espaço do jornal para parabenizar a rádio do Sistema Alvorada de
Comunicação, trouxe também na editoria Cidade, página 3, uma notícia intitulada
“Mulher solidária com marido viciado está na cadeia”. A matéria relata sobre o
ato de uma mulher ter tentado jogar uma trouxinha de cocaína para dentro de uma
das celas da delegacia de polícia, onde o marido dela está preso.
Para começar, o título da notícia
está confuso, pois não se sabe ao certo quem está realmente na cadeia, se é o
marido, a mulher ou os dois. Vale lembrar que o marido já estava na cadeia e
que a mulher foi presa após ser flagrada tentando cometer esta infração.
Além disso, e o que chama mais
atenção durante o relato do acontecimento, é que o repórter descreve uma narrativa
espetacularizada, em que traça um perfil de condenação da vítima, pois o autor
já começa o texto dessa forma: “Parece coisa de novela. A mulher da foto
esconde o rosto envergonhada pela cena que protagonizou”.
Depois de algumas poucas
informações, o autor volta a fazer outras considerações, “Elas (a mulher estava
com uma amiga) tentaram ser artistas de uma história real e por isso vão
amargar um bom tempo na cadeia”. E não contentado ainda termina a “notícia” com
suas considerações finais, “Pelas informações eles vieram de Manaus para vender
drogas, mas se deram mal”.
O que é isso? Qual é mesmo o
papel social de um repórter? Pois é, o papel de um repórter é reportar
(relatar/narrar) um fato, e não julgar, condenar, espetacularizar as vítimas envolvidas
em um acontecimento.
Portanto, mais uma vez o jornalismo
comprometido com a verdade e onde diz ser imparcial mostrou ser um juiz nato e
integralmente parcial sobre o que reporta. Desse modo, deixando a desejar na
forma de transmitir as informações por uma perspectiva do Jornalismo que seja
uma forma social de conhecimento comprometida com o público.
Hanne Caldas
afinal quem é o típico julgador nato? pelo que li você tambem faz um julgamento, e o que é pior sem direito a defesa. Quanto a questão do título da matéria que você diz haver uma confusão, basta usar a famosa regra da lingua portuguesa para sabermos quem é o sujeito da frase fazendo a seguinte pergunta: quem está na cadeia?. como pesquisador das ciencias das humanidades, te afirmo que não existe a imparcialidade, a subjetividade e nem a verdade quando se trata das questões humanas.
ResponderExcluirum abraço e boa sorte no seu crescimento
Ok caro Trindade, obrigada pelo comentário e por relembrar a regra da Língua Portuguesa. Concordo com você que não existe a imparcialidade, por isso não aceito certos posicionamentos demonstrados pelos próprios jornalistas. Mas quero que saiba e fique claro que este é o espaço para serem feitas as críticas, defesas, elogios e o que mais o leitor achar necessário postar. Obrigada pela colaboração ao blog e volte sempre.
ResponderExcluirDevo concordar com o primeiro comentário. Eu lendo o título da matéria aqui citado não notei confusão. "Mulher solidária com marido viciado está na cadeia", está claro que a “mulher” era solidária com o marido que estava preso, e não tinha acesso a drogas, e que ao tentar ajudá-lo foi presa. Não há confusões, ou ambigüidades. Agora, devemos sempre tomar muito cuidado com a questão do julgamento moral; pelas partes que foram citadas no texto acima não encontrei sinais de tentativas de condenação em relação às pessoas envolvidas na matéria, afinal, as próprias envolvidas já se condenaram ao serem pegas em flagrante delito, o jornal apenas reafirmou isso e trouxe uma perspectiva adequada do caso ao abordar o tema de forma que ficasse claro a qualquer pessoa que o lesse, independente de sua escolaridade: a mulher está presa por "passar" droga a seu companheiro,mesmo ele estando dentro das grades. Finalmente, o papel de um crítico tem peso dobrado. Deve ser desnudo de motivações pessoas, e principalmente livre de ares de superioridade e motivações de julgamento. Sempre acompanhei e continuarei acompanhando o lacrima, mas postagens como essa poderiam ser mais bem pensadas e, por conseguinte desnecessárias. Obrigado.
ResponderExcluirOk Luiz Paulo, também concordei com o caro Trindade em relação ao título, pois logo que lemos a notícia não utilizamos a regra da Líng. Portuguesa. Mas você me dizer que não ver nenhum tipo de condenação que o repórter tenha feito as fontes, embora isso esteja explícito nas citações, é lamentável que um leitor concorde que isso seja uma abordagem adequada, pois não é isso que tenho aprendido em sala de aula da forma de se fazer jornalismo. Caro leitor, acredito que você não conseguiu entender o contexto do ensaio, então lhe aconselho que se possível leia novamente. Mas mesmo assim, muito obrigada por ler nosso blog e volte sempre.
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