quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Em que jornal confiar?

Uma matéria do jornal Plantão Popular, do dia 20 de fevereiro de 2013, quarta feira, traz o seguinte titulo: "Carbrás promete não decepcionar". Já o jornal Repórter Parintins em formato online, atualizado em 20 de fevereiro de 2013, traz matéria com o mesmo assunto. O titulo do Repórter veio com a seguinte informação: "Alexandre da Carbrás mostra insegurança na câmara municipal".

Como vemos, as duas noticias possuem sentidos diferentes, e o mais interessante é o tempo do discurso do prefeito. No jornal Plantão Popular a fala durou cerca de uma hora e meia, mas no Repórter Parintins durou cerca de 40 minutos. Quem está falando a verdade? Em que jornal impresso devemos confiar sobre as informações apresentadas? Outro ponto é a duvida que fica no ar: o prefeito estava inseguro? Segundo o Repórter Parintins o prefeito Alexandre da Carbrás aparentou muito nervosismo e insegurança. No outro jornal ele esta confiante e propôs até um pacto: “Na leitura do discurso Alexandre assegurou que vai trabalhar com humildade e determinação para que as ações planejadas sejam alcançadas”. 

E mais: “Ninguém faz nada sozinho, precisamos fazer um pacto pela reconstrução de Parintins! Um pacto que consiga unir partidos, ideologias, classes sócias, setores produtivos e crenças. E nesse pacto, o exemplo tem que vir primeiro de nós políticos”. Nós leitores esperamos que o fazer da noticia tenha responsabilidade com os leitores, já que, analisando as duas matérias, não temos certeza do que de fato ocorreu.

Tiago barbosa

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Tranquilidade ou Alegoria?





Na edição do dia 14 de fevereiro o jornal Plantão Popular publicou uma matéria intitulada “Comandante da PM aponta tranquilidade no carnaval”. Quatro dias depois o jornal Gazeta Parintins divulga uma notícia com a manchete “Trinta e oito ocorrências registradas no Carnailha 2013”.
No jornal Plantão Popular, no primeiro parágrafo da notícia consta: “Para Valadares, as ocorrências foram mínimas em relação à grandiosidade do evento carnavalesco” e durante toda a matéria é relatado somente pontos positivos da segurança durante todo o evento e no restante da cidade, sempre dando voz a fonte.
Já no jornal Gazeta Parintins, no primeiro parágrafo consta: “No total foram atendidas 38 ocorrências, 5 por desordem, 6 por agressão física, 3 lesão corporal, 2 posse de entorpecente, 5 desacato, 2 porte de arma branca, 2 ameaça, 11 por outras situações”. Porém, logo depois destas informações, no segundo parágrafo, o comandante fala: “Tivemos bom êxito na segurança do Carnailha 2013, mais de 250 profissionais empenhados neste evento e com certeza já serve de teste para o Festival”.
Desse modo, percebe-se que o jornal Plantão Popular foi mais fiel a fonte do que o jornal Gazeta, pois este último mostra dados quantitativos das ocorrências no carnaval de forma alegórica, ao passo que a própria fonte consultada desconstrói este discurso, o que torna a notícia confusa para o entendimento do leitor. Afinal, diante destas informações contraditórias, o carnaval foi ou não trânquilo?!
Outro fator observado é quando o jornal Plantão Popular cita a fala de Valadares: “O carnaval de Parintins foi o mais tranquilo do interior do Amazonas”. Neste sentido essa informação não tem muita relevância, pois se trata de um informe solto e sem fundamento.
Além disso, seria interessante se o jornalista apurasse sobre esta “tranquilidade” comparada aos outros anos do carnaval e não aos outros municípios, pois assim seria possível do leitor ter uma noção concreta se essas 38 ocorrências tornaram ou não o carnaval de 2013 tranquilo.

Hanne Caldas

O simples ato de copiar

A prática de publicar notícias oriundas de jornais impressos em sites ou blogs, é algo recorrente em Parintins. Isso podia ser visto em portais de notícias do Brasil na década de 90. Porém, com a criação de um jornalismo especificamente feito para a web, essa prática teve fim.

Diferentemente de jornais como A Crítica, A Folha de São Paulo, Estadão etc, os jornais de Parintins ainda insistem na transposição de matérias de periódicos impressos para os seus sites ou blogs. Um exemplo disso pode ser encontrado na edição do dia 17 de fevereiro do jornal Repórter Parintins.

A matéria denominada “Falta mão-de-obra qualificada na construção civil em Parintins” foi publicada tanto no jornal quanto no site do veículo. Ela não sofreu nenhuma alteração ao ser postada no portal do Repórter Parintins. Como dito anteriormente, isso não é visto somente no veículo mencionado, mas na maioria dos jornais da cidade.

Essa simples cópia do material produzido de um jornal para um site demonstra que não há a preocupação em se produzir um conteúdo voltado para a web. Não houve nem o cuidado com as imagens. As fotos do jornal são as mesmas encontradas no site.

Uma notícia sobre o mesmo assunto poderia ser publicada no jornal e no site, considerando as características de cada veículo. Para a página na web o texto deveria ser mais enxuto, com parágrafos curtos. Assim, o internauta não perderia o foco na leitura. Além disso, a interação entre leitor e site seria essencial, tendo em vista que, através dos comentários de seus internautas, o site poderia saber o que tem ou não de melhorar.

Outra sugestão pertinente é que os sites utilizem o recurso de links. Com eles, dá-se a possibilidade para que o leitor acesse matérias ligadas ao assunto, o que torna a leitura mais interessante. Para que haja uma maior riqueza de conteúdo, é importante a utilização de links que deem ao internauta o acesso a vídeos, imagens, infográficos e até mesmo outros sites. Isso aumenta ainda mais a quantidade de informações a serem absorvidas por quem acessa os veículos.

Daniel Sicsú

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Qual o valor da vida humana?



        O Jornal Repórter Parintins trouxe uma matéria intitulada: “Universitária morre em acidente de trânsito”. A notícia fala sobre a morte de Priscila Guerreiro, que aconteceu na tarde do dia 14 deste mês. O jornalista faz uma espécie de retrospectiva do acidente, relatando como ocorreu e colocando no texto depoimentos de testemunhas.
        É importante dizer que o repórter fala sobre a profissão de Priscila, dizendo que ela veio morar em Parintins para estudar e que já estava cursando a segunda faculdade. Não retiramos o mérito de Priscila por isso, e nem é esse o foco deste ensaio. Mas acreditamos que qualquer pessoa, sendo ela universitária ou não, merecia ser humanizada na notícia. Isso não acontece quando é falado sobre a morte do sapateiro Geraldo Corrêa, que também foi vítima de trânsito e tudo que se tem de informações sobre ele não passa de 10 linhas. Qual a diferença entre Priscila e Geraldo? Nenhuma, pois os dois são seres humanos e vítimas da imprudência do trânsito parintinense. Como o texto é intitulado falando sobre a universitária, não caberia falar da morte de Geraldo Corrêa, já que há uma disparidade grande em relação ao enfoque que é dado ao acidente dela e ao dele.
       Outro ponto que merece destaque no texto é o fato de falarem sobre uma comissão apartidária de mobilização formada por professores da Ufam e da UEA que se colocam a disposição da comunidade para cobrar das autoridades a municipalização do trânsito. Uma pergunta pertinente aqui é: por que será que só agora as universidades resolveram se mobilizar? Por que quem morreu foi uma universitária?
        E já que os acidentes de trânsito são ocorrências quase cotidianas em Parintins o jornal poderia ter feito uma problematização em torno deste assunto, discutindo sobre a dificuldade de municipalizar o trânsito na cidade, sobre a falta de transporte público e sobre as promessas não cumpridas em torno desse assunto.

Yasmin Gatto

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Morte, denúncias e nada de fontes



Na edição de 20 de fevereiro o jornal Plantão Popular trouxe a seguinte notícia: “Denúncias apontam negligência e Morte nos hospitais de Parintins”. O primeiro ponto a ser notado na notícia é a ausência de documentação das fontes, ou seja, as informações são colocadas de forma arbitrária sem fontes reais, como na parte onde diz que: “Centenas de denuncias estouraram nas redes sociais”. Onde está a estatística que demonstra essas centenas e não milhares ou meia dúzia? Quem são essas centenas? O mesmo problema está nas seguintes colocações do jornalista: “A saída de médicos especialistas que atuam na cidade há mais de cinco anos” e “Os médicos se queixam que o prefeito Alexandre quer reduzir o salário deles”. Quem são esses médicos, onde estão dos dados sobre o tema ou mesmo a fala de tais médicos, mesmo que de forma anônima?
A notícia finaliza com uma informação também sem fonte, mas que se destaca pela falta de fundamento na escolha das estatísticas: “Até dezembro de 2004 a cidade de Parintins possuía menos de 10 médicos na secretaria municipal. Em dezembro de 2012 havia mais de 40 atuando em diversas áreas”. Esse conjunto de datas e outros números não trouxe a única informação de fato relevante. Quantos médicos trabalham em Parintins hoje? Esse dado sim, faria alguma diferença na notícia. Não ficou claro. Apesar de expor que a secretária de saúde abrirá uma sindicância para apurar os problemas ocorridos, há falta de informação e clareza quanto a esse processo. Primeiro que a notícia diz o seguinte: “O prefeito Alexandre da Carbrás (PSD) afirmou em programa de rádio institucional da prefeitura que vai mandar apurar todas as denúncias e se constado as informações 'vai punir os responsáveis'”. É preciso entender que no bojo dessas questões envolve-se um processo administrativo onde haverá pessoas ou órgãos competentes para tratar disso, sendo que o prefeito não pode simplesmente “punir os responsáveis”.
Havendo negligência médica e afins, quem compete investigar e ter instrumentos para isso é o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM). E por que a falta de estatísticas? Ironicamente na mesma página dessa notícia, mas localizada no canto direito inferior do jornal há uma pequena notícia com uma série de informações acerca da saúde no Brasil e nos Estados, bem como da quantidade de médicos por pessoas. As mesmas informações poderiam facilmente ser aproveitadas para podemos saber se Parintins está ou não dentro da média nacional.

Helder Mourão

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Traço do real?

Em decorrência dos acidentes ocorridos nas ruas de Parintins, os jornais impressos da cidade realizam uma cobertura dos acontecimentos, nos quais, apresentam as causas e irregularidades no trânsito. Nas ultimas edições do jornal Plantão Popular foram relatados dois acidentes de trânsito com duas vítimas fatais e outro acidente ocorrido na Avenida Paraíba; nesta ultima terça-feira, 19 de fevereiro. Nossa proposta aqui é analisar as fotos usadas nas matérias.
Na edição de 15 de fevereiro de 2013 do Jornal Plantão Popular foi publicada a notícia com a seguinte manchete: “Duas Mortes no trânsito em menos de 24 horas”. Trata-se de uma matéria sobre o acidente da universitária Priscila Guerreiro, ocorrido no dia 14 de fevereiro. Na capa do jornal foi colocada a foto do momento de prestação de socorro à vítima e na página 3 também foi usada outra foto com a garota. Já na edição do dia 20 de fevereiro de 2013 do mesmo jornal foi veiculada a matéria intitulada “Álcool e velocidade fazem mais uma vítima no trânsito” que relata o acidente ocorrido na Avenida Paraíba, no qual dois motociclistas chocaram-se, também deixando vítimas. Na capa e na página 3 do jornal também foram usadas uma foto de umas das vítimas.
As fotografias do corpo da vítima e dos acidentados no jornal estão sendo bastante usadas nas capas, as quais, podemos afirmar, seja uma forma de atrair a atenção do leitor, oferecendo maior destaque aos acidentes. A foto do corpo da vítima Priscila Guerreiro foi usada tanto na capa como na página interna do jornal. As imagens mostram uma composição forte com o corpo da vítima e curiosos ao redor, que pode causar diversas interpretações no receptor, gerando diversos sentidos dependendo da perspectiva de quem observa as fotografias. Essas imagens, contudo, foram expostas de forma sensacionalista, buscando atrair o leitor pelo choque, pelas emoções...

Mila Souza

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Notícia ou propaganda?

O jornal Plantão Popular, do dia 20 de fevereiro, publicou uma matéria intitulada “Lanira coordena campanha de Braga”. A matéria fala da indicação da ex-coordenadora da SEDUC, Lanira Garcia, para coordenar a campanha do Senador Eduardo Braga (PMDB) no interior.
A única fonte usada foi a própria Lanira, que fala que foi convidada para trabalhar, mas não sabe em qual função. A notícia diz ainda que, em 2003, Lanira foi convidada por Braga a ser coordenadora e sempre teve o apoio do ex-secretario de educação estadual Gedeão Amorim.
Essas informações serviram para entender que Lanira Garcia tem a simpatia de Braga e Amorim, no entanto, faltou informações como: qual será o cargo que Eduardo Braga vai disputar em 2014? Senador? Governador? Presidente?
Enfim, qual foi a intenção do Plantão com essa matéria? Seria promover a campanha eleitoral do Senado Eduardo Braga ou enfatizar que Lanira Garcia por ser “queridinha” de ambos está preocupada com a educação nos municípios?
A matéria está relacionada as eleições de 2014, assim, essas informações poderiam estar ligadas as eleições de uma forma mais ampla, e não dando destaque para um só candidato, sob pena de parecer campanha antecipada de cargo indefinido...

Tuanny Dutra

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sensacionalismo e falta de informação

Na edição da ultima sexta-feira, 15, o jornal Alvorada da TV se mostrou um tanto sensacionalista ao abordar o acidente que causou a morte da estudante universitária Priscila Guerreiro.
O sensacionalismo é definido no jornalismo como o uso excessivo de informações de impacto usando-as de forma pouco informativa, mas dando audiência por suas características (GENRO FILHO, 1987).
Isso pode ser atestado pelas seguintes questões:
  • O jornal veiculou duas notícias sobre esse mesmo acontecimento;
  • Mostrou na primeira notícia imagens do local do acidente, mesmo que não houvesse mais nenhuma informação ali.
  • Entrevistou na segunda notícia uma testemunha do acidente apenas um dia depois e levando-a no local do ocorrido;
Não havia nenhuma necessidade de veicular duas notícias sobre o fato, principalmente porque as informações básicas já tinham sido apresentadas mais cedo pelo rádio e logo depois do acontecimento pela web e tendo em vista a cidade ser pequena.
Na Televisão a imagem informa e completa o texto. Em casos como este a imagem só seria informativa se houvesse algum sinal deixado pelo acidente que pudesse ser mostrado, tais quais pedaços dos veículos, marcas no chão ou nas calçadas e etc, ou se a polícia, bombeiros, médicos e etc, estivessem verificando o local. De forma não informativa as imagens da Alvorada mostraram apenas a localidade e nada mais.
Entrevistar uma testemunha no local do acidente um dia depois é um claro sinal de sensacionalismo, pois assim o foco é tirado da pessoa e posto no lugar do acidente esquecendo-se das informações e pondo ênfase na fatalidade.

Helder Mourão