O Jornal Repórter Parintins trouxe uma matéria
intitulada: “Universitária morre em acidente de trânsito”. A
notícia fala sobre a morte de Priscila Guerreiro, que aconteceu na
tarde do dia 14 deste mês. O jornalista faz uma espécie de
retrospectiva do acidente, relatando como ocorreu e colocando no
texto depoimentos de testemunhas.
É importante dizer
que o repórter fala sobre a profissão de Priscila, dizendo que ela
veio morar em Parintins para estudar e que já estava cursando a
segunda faculdade. Não retiramos o mérito de Priscila por isso, e nem
é esse o foco deste ensaio. Mas acreditamos que qualquer pessoa, sendo
ela universitária ou não, merecia ser humanizada na notícia. Isso
não acontece quando é falado sobre a morte do sapateiro Geraldo
Corrêa, que também foi vítima de trânsito e tudo que se tem de
informações sobre ele não passa de 10 linhas. Qual a
diferença entre Priscila e Geraldo? Nenhuma, pois os
dois são seres humanos e vítimas da imprudência do trânsito
parintinense. Como
o texto é intitulado falando sobre a universitária, não caberia
falar da morte de Geraldo Corrêa, já que há uma disparidade grande
em relação ao enfoque que é dado ao acidente dela e ao dele.
Outro
ponto que merece destaque no texto é o fato de falarem sobre uma
comissão apartidária de mobilização formada por professores da
Ufam e da UEA que se colocam a disposição da comunidade para cobrar
das autoridades a municipalização do trânsito. Uma pergunta
pertinente aqui é: por que será que só agora as universidades
resolveram se mobilizar? Por que quem morreu foi uma universitária?
E já que os acidentes
de trânsito são ocorrências quase cotidianas em Parintins o jornal
poderia ter feito uma problematização em torno deste assunto,
discutindo sobre a dificuldade de municipalizar o trânsito na
cidade, sobre a falta de transporte público e sobre as promessas não
cumpridas em torno desse assunto.
Yasmin
Gatto
Nenhum comentário:
Postar um comentário